Por *Luana Dandara

Rio - Receio de homens e mulheres, a calvície, conhecida na medicina como alopecia, é uma das dez queixas mais frequentes nos consultórios dermatológicos em pacientes de 15 a 39 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Apesar de ainda não ter cura, mesmo sendo alvo de diversas pesquisas no mundo, o problema pode ser retardado por meio dos novos tratamentos, como lasers e microagulhamento, caso haja um diagnóstico precoce.

O cabelo funciona como uma proteção natural da pele da cabeça, agindo contra o frio, traumatismo e efeito solar. Geralmente, uma pessoa perde 100 fios por dia, dos 100 mil a 150 mil presentes no couro cabeludo, e ele cresce 0,35 mm a cada 24 horas. A calvície ocorre quando esse ciclo de crescimento é interrompido, junto à queda de cabelo, que pode ser aguda e intensa ou crônica e durar vários anos.

De acordo com a dermatologista Cláudia Sá, a alopecia pode ter motivos genéticos, nutricionais ou hormonais. "Nos homens, o mais comum é a causa genética, que tem vários estágios de evolução e se agrava com o passar dos anos. Nas mulheres, a causa recorrente é a deficiência nutricional, que ocorre, por exemplo, cerca de três meses após o parto e geralmente tem resolução espontânea, e cessa sem tratamento", diz ela.

Doenças como micose, que podem atingir o topo da cabeça, anemia, por dificultar o transporte de oxigênio, além de medicamentos usados contra o câncer, depressão, problemas cardiovasculares e hipertensão também têm influência na calvície, assim como estresse, tabagismo, e o uso de química em cabeleireiros.

"Aparentemente vem aumentando um tipo de queda de cabelo chamada de alopecia frontal fibrosante, onde a redução dos cabelos ocorre predominantemente na testa. O paciente vai ficando com a testa 'alta', de forma cicatricial e irreversível. Esses casos são mais complexos, pois acredita-se que sejam imunológicos", pontua Cláudia Sá.

A dermatologista Renata Suzano, da Clínica Penchel, explica que é necessário uma consulta precoce para que o tratamento contra a queda de cabelo seja eficiente. "Um exame dermatológico poderá avaliar a saúde dos fios e, assim, evitar que a calvície ocorra de forma intensa", afirma.

"Hoje, há tratamentos avançados, como a infusão de medicamentos no couro cabeludo por microagulhamento. Também usamos lasers de baixa potência, que dilatam os vasos que levam nutrientes e oxigênio para a raiz capilar", esclarece a dermatologista. Mais opções são medicações orais e tópicas, como xampus e loções que estimulam o crescimento. "O melhor é a sinergia dos tratamentos, no consultório e também em casa". Nos casos mais avançados, é feito o transplante capilar, aproveitando fios do próprio paciente.

Já a doutora Camila Moulin enfatiza que, apesar da cura da calvície não ter sido descoberta ainda, há diversas formas de retardar os efeitos do problema. "Para ter uma excelente resposta, o ideal é começar o tratamento até os 30 anos. De 40 a 50 anos, o transplante de cabelo pode ser a única opção. Não dá para deixar para depois, a calvície precisa ser tratada para ontem", reforça Moulin.

*Estagiária sob supervisão de Joana Costa

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