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Arte O DIA
Por *Felipe Rebouças

Rio - Ao chegar em casa após um longo dia de trabalho, a primeira vontade que costuma vir à mente é se jogar na cama e relaxar. Pouco se sabe, no entanto, a respeito dos perigos à saúde que inimigos invisíveis a olho nu escondidos em colchões e travesseiros podem trazer. Microorganismos como o ácaro - espécie de carrapato 20 vezes menor que um grão de arroz - se apropriam de esconderijos domésticos para se proliferar. A presença deles pode provocar sintomas como tosse, espirros ininterruptos, coceira nasal, pigarro e até problemas mais sérios, como asma, rinite e dermatites alérgicas.

O ambiente úmido da cama, potencializado pelo suor ao longo da noite, somado a restos de pele e fios de cabelo - alimento dessas bactérias -, constituem um habitat perfeito para esses bichinhos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 40% da população mundial sofre com algum tipo de alergia, e grande parte dessas enfermidades pode estar ligada aos cuidados quanto à higiene nos espaços de repouso. "Aquela história de que antigamente os colchões duravam 20 anos não existe mais. Hoje em dia trocamos os colhões de 5 a 10 anos no máximo", disse Ricardo Farias Júnior, ortopedista e diretor do Cremerj.

Ao longo do tempo, um colchão, por exemplo, pode dobrar de peso por conta da reprodução dos inquilinos. Apesar do tempo de vida dessas bactérias durar apenas de dois a quatro meses, os restos mortais e rejeitos despejados se acumulam no interior do estofado. Em seis anos de uso, 10% do peso de um travesseiro é constituído somente de ácaros e de suas fezes. Em um colchão com 10 anos, estima-se que vivam 1 trilhão de ácaros.

Para solucionar esse problema, especialistas indicam cuidados básicos de higiene, como aspiração da poeira, exposição das peças de cama ao sol por cerca de 6 horas e manutenção da circulação de ar no quarto. Além, é claro, de trocar os lençóis e fronhas semanalmente, no mínimo. "Alguns tipos de partículas como ácaros ou os seus excrementos, que estão dentro de travesseiros e almofadas, por exemplo, não saem facilmente com uma limpeza superficial. Nesses casos, é bom contar com equipamentos adequados", explicou o CEO da multinacional alemã Pro-Aqua, do ramo de aspiradores.

CUIDADO COM A COLUNA

Além de doenças respiratórias, um colchão inadequado, por exemplo, pode trazer também problemas ortopédicos. Quem sofre de cifose, lordose, artrose e escoliose não é aconselhado dormir em colchões moles, porque quanto mais mole, menos estabilidade. "Isso faz com que o desajuste na curvatura da coluna do paciente seja agravado", destacou Ricardo Farias. Segundo ele, para escolher o colchão certo na hora do compra, é preciso testar por uns dois ou três minutos a altura da cama e a maciez do estofado.

Estagiário, sob supervisão de Angélica Fernandes

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