Por O Dia
Rio - Diferente das mulheres, que tratam da saúde desde cedo, os homens não têm o costume de realizar consultas e exames preventivamente. Não por acaso, ações de conscientização têm sido importantes para tentar reverter tal péssimo hábito. Entre elas, o Novembro Azul e o Dia do Homem. Este, aliás, é celebrado todo 15 de julho — a data foi criado pela Ordem Nacional dos Escritores, em 1992, para reforçar a importância da prevenção e o diagnóstico precoce de doenças.
De acordo com o urologista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Maurício Rubstein, é preciso incentivar a mudança de hábito dos homens. Afinal, os cuidados precoces com a saúde são maneiras de prevenir futuras doenças. “Os homens sempre tiveram um pouco de dificuldade de fazer prevenção. Mas a ida constante deles ao médico faz com que a gente consiga identificar as doenças mais precocemente, com chance de cura muito maior”, ensina.
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Segundo o urologista, não importa a faixa etária para se prevenir e determinados exames devem ser feitos regularmente. Entre eles, eletro e ecocardiograma, exames de sangue e de urina, e verificação da pressão arterial. “Principalmente, após os 40 anos, eles são necessários para fazer um diagnóstico correto. Alguns desses exames devem ser feitos a cada dois anos, caso a pessoa não tenha histórico familiar ou doença pré-existente. Se tiver, eles precisam ser anuais”, completa.
O urologista alerta que o câncer de próstata deve ser motivo de preocupação para os homens que já passaram dos 40 anos. Isso porque, de acordo com estudo da American Association for Cancer Research, apresentado em abril passado, a doença é a sexta causa mais comum de morte por câncer entre a população masculina em 51 países.
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“Todo homem, a partir dos 50 anos, deve começar a fazer a prevenção do câncer de próstata e passar por exame de toque retal uma vez por ano, além de complementar com o PSA o — exame de sangue antígeno prostático específico. Quando o paciente é de etnia negra e tem histórico familiar, o exame deve começar a ser feito aos 45 anos, porque existe uma incidência maior em que tem história genética”, avisa Rubstein.
O médico Márcio Schiefer, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esclarece que os homens, a partir dos 70 anos, que não tiverem nenhum fator de risco (não forem desnutridos, não estiverem acamados, não tiverem nenhum problema de alcoolismo, doença hepática e problema gástrico), devem fazer a densitometria óssea. “É para identificar a massa óssea e detectar osteoporose. Afinal, a partir dos 40 é comum o processo de sarcopenia. Ou seja, a redução da massa muscular, que se intensifica com a idade”, explica o especialista.

Exercícios são fundamentais
Atividades físicas são fundamentais para a saúde. É o que garante o ortopedista Márcio Schiefer. Segundo ele, a melhor forma de prevenir doenças é através de exercícios de força, como musculação. “Os cardiologistas falam muito sobre os exercícios aeróbicos (corrida e caminhada, por exemplo), que são bons para o aparelho cardiovascular. Mas os anaeróbicos (musculação) também são fundamentais, porque são capazes de aumentar a longevidade das pessoas”, salienta.
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O ortopedista, contudo, argumenta que ao indicar a musculação não é para a pessoa ficar forte, hipertrofiado. “Mas para conseguir fazer atividades normais do dia a dia, como sentar e levantar de uma cadeira, levantar da cama sem dor, conseguir carregar uma sacola de supermercado”, ressalta, acrescentando que também é possível optar pelo pilates e por treinos funcionais.