Por O Dia
Rio - Os problemas de coluna já são considerados uma epidemia. De acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde, 80% da população do planeta será atormentada por dores nas costas. No Brasil, os números também são alarmantes. Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) aponta que 20% dos brasileiros têm dores crônicas.
Márcio Schiefer, ortopedista e professor da UFRJ, não se assusta quando recebe pacientes reclamando de dores na coluna. "É o segundo problema mais comum nos consultórios médicos, só perdendo para dor de cabeça", constata. O médico informa ainda que os problemas afetam as faixas etárias de formas diferentes. "Jovens sofrem pela má postura, adultos por contratura muscular devido à prática de musculação de forma errada ou esportes radicais. Os idosos têm maior incidência de problemas degenerativos, como hérnia de disco", enumera.
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O dia a dia pode também prejudicar a coluna. Bolsas, mochilas ou pastas pesadas são vilões. "A melhor opção seria uma bolsa na frente e outra atrás para que a carga ficasse igualmente distribuída, mas ainda não vemos esse modelo disponível", afirma o Schiefer. Segundo ele, independente do modelo, é preciso estar atento à carga, que vai determinar o risco de lesão. "Recomendo usar na transversal, é melhor do que usar em um ombro só ou carregando com uma mão só. Na transversal diminui o risco de dores e lesões", garante.
Schiefer também alerta para os malefícios dos celulares. O ortopedista aponta que o maior estrago é causado pelo pescoço dobrado, que aumenta a pressão e a degeneração dos discos cartilaginosos da coluna, responsáveis por separar as vértebras. "Temos que usar com cautela para não ter um efeito maléfico na nossa saúde", recomenda.
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Na prevenção de problemas de coluna, praticar atividades físicas é obrigatório. Para Webert Veras, professor de Educação Física, os exercícios "são fundamentais tanto na manutenção da capacidade funcional corpórea e mental, como na prevenção e tratamento de patologias", adverte. Ele, porém, recomenda que o paciente faça uma visita ao ortopedista para avaliar se está apto a fazer para a prática de exercícios. "Em casos de dor extrema, aconselho acompanhamento fisioterapêutico", avisa.
Segundo Veras, se houver "avaliação minuciosa, nenhum exercício será inadequado porque acompanha a capacidade do aluno". Ele informa ainda que pilates, natação e musculação são atividades ideais para o fortalecimento da musculatura. Segundo ele, mesmo com acompanhamento, deve-se evitar qualquer mudança nos exercícios sem o consentimento do profissional de educação física. "Aumentam ou mantêm o alongamento fisiológico de músculos, tendões, ligamentos e melhora a mobilidade das articulações", ensina.