Maria Christina Sá, além de devota, trabalhou com Irmã Dulce. Ela presenteou a Igreja da Ressurreição, em Ipanema, com imagem da santa  - Ricardo Cassiano
Maria Christina Sá, além de devota, trabalhou com Irmã Dulce. Ela presenteou a Igreja da Ressurreição, em Ipanema, com imagem da santa Ricardo Cassiano
Por Julia Noia*

Rio - Ao chegar aos 40 anos, a preocupação das mulheres com seus seios deve ser redobrado. O câncer de mama é o segundo tipo da doença mais comum em mulheres depois do câncer de pele não melanoma e, por ano, são identificados 59.700 novos casos no Brasil. A campanha do Outubro Rosa abre os olhos dessa parte da população para a prevenção e o acompanhamento da doença. Depois do diagnóstico, o primeiro sintoma observado na paciente não é médico, e sim psicológico: o abalo na autoestima.

"A mulher sente uma mistura de emoções: medo, insegurança, tristeza, raiva. Ela descobre que vai enfrentar uma batalha que é só dela. A partir daí, sua vida vai mudar, e será preciso trilhar novos caminhos", afirmou Rosangela Matos, terapeuta de relacionamentos. Quando cai a ficha do diagnóstico, a mulher fica sem chão e começa a pensar nos efeitos colaterais do tratamento, como queda de cabelo e ressecamento da pele. As mudanças físicas se tornam emocionais, e ela pode acabar se enxergando de forma diferente, o que diminuirá a autoconfiança.

A última impressão que a mulher com câncer de mama quer passar é de que está debilitada de alguma forma. Rosangela aponta que a paciente questiona sua forma de enxergar o mundo e interagir com a sociedade. Para reverter o quadro, a terapeuta recomenda o acompanhamento psicológico para ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade, pensamentos negativos e "ajudar a ter um novo olhar para a vida e desenvolver o amor-próprio".

A palavra-chave para o tratamento é o acolhimento. Seja na família ou na internet, as mulheres diagnosticadas precisam se sentir abraçadas e apoiadas em momento tão delicado. "Movimentos, blogs e clínicas de apoio podem fazer com que essa mulher se sinta feliz, amada e compreendida, o que ajudará a paciente a passar por esse momento de forma mais tranquila", informou Rosangela. Descobrir casos de sucesso no combate ao câncer de mama ajuda a entender que elas podem "mudar a forma de pensar, voltando a viver e a sonhar".

Depois de ser devidamente acolhida, a paciente encontra forças para se cuidar e ficar em paz consigo mesma. Na hora de reencontrar sua autoestima, abre espaço para se descobrir, se reinventar e encontrar novas atividades que transformem sua autoimagem, seja alimentação saudável, atividade física, retomar hobbies antigos ou mesmo cuidar da pele.

A campanha do Outubro Rosa é importante na prevenção, por meio de mamografia, mas também de conscientização da doença. O exame deve ser realizado todos os anos.

Tratamento

Na sala do oncologista, o acompanhamento deve trazer tranquilidade para a paciente com câncer. Rafael Kaliks, oncologista especializado em câncer de mama, alerta que os índices de mortalidade pela doença no Brasil seguem aumentando, devido a dois fatores: diagnóstico tardio e as mudança nos hábitos de vida. Para o oncologista, a chave para a cura é a identificação precoce do quadro, que permite a recuperação completa em até 85% dos casos.

Após o diagnóstico, a forma mais comum de tratar a doença é a cirurgia em que é feita a retirada total ou parcial da mama. Se necessário, em seguida pode-se complementar com radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia ou anti HER2.
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O atendimento pode ser realizado em centros municipais de saúde ou clínicas da família, e, em casos mais graves, a Secretaria Estadual de Saúde é encarregada de encaminhar os pacientes para unidades federais e universitárias de referência para o tratamento.
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*Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira

 

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