1ª Feira Cultural Xica Manicongo foi em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiroDivulgação/Secom PMVR
Volta Redonda - A Secretaria de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda promoveu no último sábado (27), embaixo da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília, a 1ª Feira Cultural Xica Manicongo, em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro. Xica Manicongo foi a primeira travesti não indígena do Brasil, trazida sequestrada da região do Congo, submetida à condição de escravizada na Bahia. Ela representa a luta das travestis brasileiras.
A secretária de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos, Glória Amorim, prestigiou o evento e ressaltou o alcance e os benefícios da feira cultural contra o preconceito.
“É importantíssimo promover projetos que incluam a população LGBTI+ que ainda é muito excluída e precisa de ter voz e vez para chamar a atenção da sociedade. É bom para a segurança deles ter esta visibilidade. O governo municipal e a SMDH estão de braços abertos para contribuir, construir e ampliar este apoio com políticas públicas. O prefeito (Antônio Francisco) Neto aprovou o decreto que inclui o nome social para pessoas trans e travestis nos formulários do sistema de atendimento da administração pública direta e indireta do município”, reforçou Glória Amorim.
“E a secretaria, com a colaboração do Ministério Público, aprovou a criação do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa LGBTI e estamos fortalecendo a rede de atendimento nos serviços públicos, avançando nas políticas para a diversidade de gênero e promoção da igualdade racial, trabalhando pela inclusão”, frisou a secretária.
Oportunidades de Negócios e Empreendedorismo
O evento gerou oportunidade de negócios para os parceiros que trabalham com a Economia Criativa e também facilitou o acesso aos serviços públicos do município oferecidos em rede de atendimento. O salão móvel “Cabeleireiros da Cidadania” atendeu a 30 pessoas com corte de cabelos e tranças, inclusive aos moradores em situação de rua que estavam presentes na feira.
Entre os principais objetivos da 1ª Feira Cultural Xica Manicongo foi despertar a população para a importância do respeito e do combate à transfobia, fortalecer o movimento artístico e cultural, incentivar o movimento negro e LGBTI+, fomentando a economia criativa através da ocupação dos espaços públicos pelos empreendedores, favorecendo o consumo e o trabalho livre de preconceitos.
Atrações para o público
A programação cultural da feira incluiu a mostra fotográfica “Sou mais que meu reflexo”, performance da artista drag queen Tara Wells, Dj Ashlley Lizi Wells, cantor PK Lopes, Mc Tria, exposição artísticas e culturais com roupas drag e muito mais.
Os artesãos que estiveram na praça destacaram a oportunidade para empreender:
Andréia Pacheco, de 55 anos, que trabalha com Moda Negra (Moda Black), falou do entusiasmo em participar da 1ª Feira Cultural Xica Manicongo. “O evento veio para valorizar o trabalho das pessoas para que outras vissem e pudessem comprar o que gostaram. Tem aqui toda uma variedade de produtos: alimentos, tricô e crochê, vestiário e peças de decoração. Gostei muito dessa inclusão num espaço aberto para todos os artesãos e à população. Adoramos o convite”, disse.
A artesã Sandra Sadde, há 16 anos produzindo arte, não poupou elogios à iniciativa. “Achei muito importante essa feira pela visibilidade e inclusão que permite o espaço público. Parabéns à SMDH e a todos os organizadores. A gente não pode se isentar como sociedade de propor este acolhimento”, afirmou.
Alexandre Anjo, de 49 anos, trabalha com madeiras recicladas, que transforma em peças artísticas. “A ideia da realização da feira Xica Manicongo é muito boa porque nos dá oportunidade de mostrar o trabalho. Gostei muito do convite para participar”, reafirmou.
O evento contou com a participação de profissionais das secretarias municipais de Assistência Social (Smas), por meio do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social); de Cultura (SMC); de Saúde, com o CDI CDI (Centro de Doenças Infecciosas); além da Coordenadoria Municipal de Juventude (CoordJuv), Centro de Cidadania LGBTI do Médio Paraíba, Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/VR (Ordem dos Advogados do Brasil), com apoio do Auê House, empreendedores e movimentos sociais.
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