Projeto tem objetivo de capacitar mulheres para mercado anteriormente dominado pelos homensCris Oliveira/Secom PMVR
Volta Redonda - O projeto ‘Mulheres Mãos à Obra’, da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda, se aproxima do total de 500 mulheres qualificadas para trabalhar na construção civil. Na próxima sexta-feira (5), um grupo de 64 mulheres participará da cerimônia de formatura no auditório do campus Aterrado do UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biasi), totalizando cerca de 480 mulheres desde a retomada dos cursos, em 2021.
O projeto tem o objetivo de capacitar mulheres para um mercado anteriormente dominado pelos homens. Com este fim, são oferecidos os cursos de Bombeira Hidráulica Predial, Eletricista Predial, Pedreira de Acabamento e Revestimento Predial, Pedreira de Alvenaria Predial, Pintura Predial, Solda com Eletrodo Revestido, Corte Oxiacetilênico e Operadora de Esmerilhadeiras. Com duração média de quatro meses, os cursos são gratuitos e a SMDH ainda oferece sem custos vale-transporte, lanche, uniforme, material usado nos cursos teóricos e práticos, cadernos e Equipamentos de Segurança Individual (EPIs). Todas as alunas são certificadas depois de aprovadas na avaliação dos professores.
Além de oferecer a capacitação, o governo municipal tem buscado parcerias para ajudar na inserção das formandas no mercado de trabalho. É o caso da oferta de 100 vagas pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) para as alunas já capacitadas – ou que ainda estavam fazendo os cursos – para trabalharem na Usina Presidente Vargas. Aliás, várias mulheres que passaram pelos cursos já estão trabalhando na CSN ou em empresas prestadoras de serviço à siderúrgica, segundo o diretor do Centro de Qualificação Profissional (CQP) do Aero Clube, Eiji Yamashita.
“Outras empresas poderiam fazer essa mesma parceria com a prefeitura, abrir as portas para a contratação das profissionais que estão sendo qualificadas e ou que já estão prontas para trabalhar”, defende.
Motivação e mercado
Para o professor do curso de Bombeira Hidráulica Predial, Nilson de Freitas Ferreira, a parceria da prefeitura com a siderúrgica foi o pontapé inicial. “Recebemos a informação de que a empresa vai investir na contratação de mulheres. São portas que vão se abrir neste mercado”, disse.
Já o professor do curso de Pedreira de Alvenaria Predial e de Acabamento e Revestimento Predial, José Alberto de Almeida Carvalho, lembra que existe um mercado aquecido em Volta Redonda e região para obras da construção civil. “É preciso dar oportunidade para as mulheres dos cursos, que chegam aqui muito motivadas. Elas estão prontas para o mercado de trabalho”, afirma.
O professor de Pintura Predial Cezar da Silva Pereira destaca que as profissionais do seu curso aprenderam técnicas diferenciadas que serão valorizadas na construção civil. “São poucos os profissionais de pintura que conhecem a técnica do cimento queimado, e elas se mostraram muito motivadas com o aprendizado”, disse.
Professor do curso básico de Eletricista Predial, Cesar de Azeredo Pedrosa pontua que suas alunas podem receber até R$ 3 mil para realizar em pouco tempo serviços como os de montagem de quadro geral, quadro geral trifásico ou o esquema completo de iluminação de um imóvel, entre outros.
“Enquanto um profissional sem qualificação vai conseguir um salário mínimo – ou pouco mais – em um mês, uma eletricista formada pode receber até R$ 3 mil em um fim de semana”, frisou.
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