Rio - Ambientalistas concordam que a única maneira de combater o tráfico de aves silvestres — entre elas o divertido e falante papagaio — é a conscientização. E nada melhor do que investir nas crianças. No ‘Sábado do Papagaio’, realizado na Estação Natureza Pantanal — exposição interativa sobre a natureza pantaneira mantida pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em Corumbá (Mato Grosso do Sul) —, a criançada viu fotos e sessões de teatro de fantoches sobre a ave nativa do Pantanal, além de participar de brincadeiras e um bate-papo com a pesquisadora Glaucia Helena Fernandes Seixas.
“O comércio ilegal é a maior ameaça à espécie”, ensinou a especialista da Fundação Neotrópica, que realiza projeto de conservação do papagaio-verdadeiro, com patrocínio do Programa Empreendedores da Conservação, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental e do banco HSBC; do Parque das Aves de Foz do Iguaçu (PR) e do Refugio Ecológico Caiman.
Segundo o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, de 2007 a 2011 foram resgatados 2.636 filhotes do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) no Mato Grosso do Sul, com média de 527 filhotes por ano, provenientes do tráfico. “Essa é uma parcela pequena dos filhotes retirados da natureza para abastecer o comércio ilegal de animais. Muitos morrem antes de serem apreendidos pela fiscalização ou antes de chegarem ao destino final”, afirma Glaucia.
Ações de conscientização fazem parte do calendário fixo da Estação Natureza. Em agosto, por exemplo, foi realizado o ‘Sábado da Onça’. A funcionária pública Fátima Feher sempre leva o filho João Mateus, 7 anos. “Ele adora ir porque se diverte e aprende. Ele já incorporou esses conceitos de educação ambiental. Nós, adultos, muitas vezes não tivemos oportunidade”, conta. “Nosso objetivo é aproximar a fauna e a flora pantaneiras das famílias da área”, explica o administrador da Estação Natureza Pantanal, Gustavo Gaertner.