Por cadu.bruno

Rio - O antagonismo entre cidade e natureza é uma marca registrada do Rio. Repleta de unidades de conservação e de parques, a cidade, que já foi considerada a terceira com pior trânsito automobilístico do mundo, oferece diversas opções de refúgios. São locais como o Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste, que completou 42 anos de existência na última terça-feira e comemora hoje com atrações abertas ao público. Mas, tradicionalmente, aquela região já conta com uma vasta gama de passeios ambientais.

Em Barra de Guaratiba, um grupo de cinco guias locais vem atendendo, desde 2014, a uma alta demanda por trilhas na região. A Trilhando Guaratiba conduz cerca de 2 mil pessoas por fim de semana somente na Pedra do Telégrafo, o mais procurado dos passeios, em três horários por dia. Isso sem mencionar as outras oito trilhas e os novos roteiros que ainda não foram divulgados por causa da alta procura pelos já existentes.

O Parque Mirante Dois Irmãos tem uma vista privilegiada%3A uma opção para fugir da tensão na cidadeEduardo Pierre / Agência O Dia

Para um dos responsáveis pelo projeto, Pedro Felipe, de 27 anos, o maior benefício trazido pelas trilhas é o bem-estar. “A natureza traz uma energia muito boa. O ar puro que você respira é bem diferente do das ruas”, ressalta. A própria atividade física exaustiva – a trilha da Pedra do Telégrafo é uma subida – já propicia uma sensação de bem-estar quando se chega ao ponto almejado, segundo Felipe. Ele destaca, ainda, a segurança daqueles passeios. “Paisagens lindas e região tranquila”.

No tradicional Parque Nacional da Tijuca, localizado no meio da cidade, o leque de atividades é bem variado. Lá, além da contribuição ecológica daquele espaço para o Rio, cariocas e turistas podem aproveitar a unidade de conservação federal para trilhas, como a da Pedra de Gávea e a da Pedra Bonita, além de parques e mirantes. É o caso do jovem Felipe Marinho, de 21 anos, que começou a pedalar aos domingos na Estrada das Paineiras, pertinho do Cristo, a fim de emagrecer. “É muito melhor do que andar em meio aos prédios. A respiração flui muito mais, e ainda tem quedas d’água depois da atividade”, comenta.

A paixão por trilhas motivou a criação do site Trilhas RJ, em que os aventureiros mais fieis acumulam, por meio do programa Trilhas RJ Club, pontos que podem ser juntados e usados em troca de promoções e descontos em produtos, viagens e estadias. A cada atividade cumprida, o participante recebe um número de pontos, de acordo com a tabela estabelecida pelo site.

Ontem, a Riotur começou a oferecer passeios guiados gratuitos pela cidade. Dentre os serviços do Rio Walking Tour, estão os programas de turismo de aventura e ecoturismo Ur-Carioca, Tijuca Verde e Águas do Horto, todos com início às 9h. Para se inscrever, os interessados devem acessar o site riowalkingtour.com.

MAIS VERDE

O Rio está mais verde. Com apenas 27 hectares desflorestados, o estado está entre os sete do país que conquistaram índice de desmatamento zero, segundo recente estudo da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe).

O estado conta com 18 unidades de conservação (UCs) da natureza de proteção integral e 15 UCs de uso sustentável, que somam mais de 444 mil hectares. Fora as reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), administradas por proprietários e reconhecidas por órgãos ambientais.

De acordo com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), as UCs protegem amostras significativas de todos os ecossistemas nativos associados à Mata Atlântica: floresta ombrófila densa, floresta estacional, campos de altitude, restingas, manguezais e áreas úmidas como brejos, banhados, lagoas e lagunas, garantindo refúgio para inúmeras espécies de plantas e animais vulneráveis ou ameaçados de extinção.

Cerca de 30% da área total do Rio encontra-se sob proteção na forma de Unidades de Conservação. A cidade conta ainda com o Parque Nacional da Tijuca —uma UC federal —,e os parques estaduais da Pedra Branca, do Grajaú e da Chacrinha, além da Reserva Biológica de Guaratiba e das APAs do Gericinó/Mendanha e de Sepetiba II.

Reportagem do estagiário Caio Sartori

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