Rio - Na semana em que se comemou o Dia Mundial da Água e o país foi sacudido pela Operação Carne Fraca, um dado chama a atenção. Para se produzir um quilo de carne são necessários 15 mil litros de água. E a conta ambiental do consumo de carne no Brasil não para por aí. Enquanto dados do IBGE apontam cerca de 207 milhões de brasileiros, o país já conta com um rebanho de mais de 210 milhões de cabeças de gado.
A área de pastagem já chega a 220 milhões de hectares, nove vezes o tamanho do estado de São Paulo. Um terço de todo esse ‘latifúndio’ está na Amazônia. Os dados fazem parte do ‘Atlas da Carne – fatos e números sobre os animais que comemos’, que mostra com dados incontestáveis como o consumo de carne faz mal à saúde do planeta.
A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) se manifestou a respeito. “A pecuária tem um enorme custo ambiental e quem paga somos todos nós e as gerações futuras. A produção de carne no Brasil é responsável pelo uso de amplas extensões de terra, desmatamento, poluição da água e solo, e mais emissões de gases de efeito estufa do que qualquer outro setor. E se não fosse pelos incentivos fiscais e dinheiro público que as grandes empresas de carne recebem do governo, a conta não fecharia”, afirmou, em nota.
Ao defender a abolição do consumo de carne do cardápio, a SVB diz que o consumidor pode, ao mesmo tempo, “preservar sua saúde, salvar animais e proteger o meio ambiente”. De acordo com a SVB, animais mortos tendem a se decompor muito rapidamente, entrando em estado de apodrecimento. “Proteínas vegetais (como feijões, grão-de-bico, lentilha, ervilha, entre outros) têm risco sanitário muito menor”, diz.