A jornalista Hildegard Angel – ícone do colunismo brasileiro – é a presidente da Academia Brasileira de Moda, que ganhará novos membros na sexta, em evento no Palacete Cesgranrio, no Rio Comprido. Ela nos contou um pouco da história da moda brasileira, que se mistura também com a própria história do Rio. Hilde ainda revelou quais serão os próximos passos da Academia.
Hilde, conte um pouco da história da Academia...
A Academia existe desde 1995. Ela foi fundada durante o primeiro congresso brasileiro da moda e consiste em 50 cadeiras. Cada uma delas homenageia pessoas que escreveram a história da moda brasileira. Temos cerca 20 acadêmicos atualmente. As cadeiras vão ser ocupadas aos poucos, à medida que a academia for se desenvolvendo. Tanto as pessoas que compõem atualmente a academia ou as que já morreram são grandes criadores, pesquisadores, enciclopedistas da moda, figurinistas de teatro... são pessoas fundamentais para construção da moda brasileira.
Quem serão os novos membros?
O João Braga, o Luiz de Freitas e o Rui Spohr. Eles vão ocupar as cadeiras de Caio Alcântara Machado, Flavio Carvalho e Gil Brandão (esta que estava ocupada por Guilherme Guimarães).
Hilde, você é uma ‘enciclopédia’ da moda brasileira... conte algumas boas histórias desses estilistas:
O Flávio Carvalho foi um artista plástico revolucionário e precursor na moda já que, um belo dia, decidiu sair pelas ruas de São Paulo usando uma... saia! Isso em pleno ano de 1956! O Gil Brandão era o grande nome dos moldes. Ele era jornalista e as mulheres e costureiros compravam o jornal do Gil. Ele foi fundamental para a moda brasileira. Naquela época, as mulheres costuravam em e se baseavam em moldes, que eram muito importantes naquele período. O Caio Alcântara foi o grande empreendedor das feiras e exposições de moda do Brasil. Ele criou importantes feiras que deram impulso extraordinário à confecção brasileira, chamando atenção até mesmo da mídia estrangeira.
Durante o evento será inaugurada uma nova cadeira? Conte sobre isso...
Vamos inaugurar a cadeira que leva o nome do Marco Rica. Ele surgiu no final dos anos 1970, muito embalado pelo grupo de estilistas chamado de Rio-Moda, que mostrava suas criações em desfiles pela cidade. A imprensa, nesse período, ficou muito acesa para a moda. O Rio ficou cheio de confecções, que ocupavam prédios inteiros na cidade. Pessoas do país inteiro vinham comprar nas confecções cariocas.
Quais serão os próximos projetos da Academia?
Terminado este encontro de sexta, vamos fazer um calendário de eventos. Já estamos também nos preparando para a próxima posse de acadêmicos da Academia. A nossa ideia é que a próxima cerimônia aconteça na sede da academia, na Casa de Zuzu Angel.
