Por BRUNNA CONDINI

Um dos favoritos a vencer o reality musical 'Popstar' na Globo, com performances vigorosas, o ator e cantor André Frateschi revela que vai lutar com "unhas e dentes" para levar o prêmio de R$ 250 mil. "Não sei se vou ganhar, mas tenho muita vontade. E na verdade, de alguma forma, já ganhei. Consegui cantar para tanta gente, divulgar a minha arte. Se não ganhar o dinheiro, o título, ganhei outras coisas", garante. "Mas vou lutar para levar! Se vier, ótimo! Vai pagar a escola das crianças", diverte-se ele, que é pai de Angelina, 4 anos, e Mel, 2, da sua união de 11 anos com a cantora Miranda Kassin. Além dele, estarão na grande final do próximo domingo, a partir de 13h, Claudio Lins, Mariana Rios, Lúcio Mauro Filho, Sabrina Parlatore e Eduardo Sterblitch.

O programa, em formato original da emissora - que selecionou artistas e apresentadores com a proposta de revelar um popstar -, chega ao fim com participantes que, além de André, já haviam cantado profissionalmente ou em cena, como Sabrina Parlatore, Mariana Rios e Claudio Lins. Aos 42 anos, o paulista observa que sua experiência com a música coloca outros fatores em jogo e lhe dá vantagem: "São 20 anos atuando e 25 construindo minha história musical. Chegar aqui é o resultado do trabalho de uma vida. Desejava isso, e até por ter uma história com a música, tinha muito mais a perder".

Para a final, André conta que intensificou a preparação. "Escolho o repertório através do que é verdadeiro para mim. E faço um estudo aprofundado desde a interpretação das letras até a respiração. Esse programa tem um quê olímpico. É como um tiro de cem metros, tem que acertar cada passada para chegar lá. É preparo de atleta", observa. "O formato ainda está sendo definido, mas já sei que devemos cantar umas três ou quatro músicas".

Frateschi diz ainda que vai continuar fiel ao seu 'coração roqueiro', mas apostando na ousadia. "Vou mudar um pouco as canções. Posso dizer que também vou para outro estilo, de que gosto muito. Nada de zona de conforto por aqui".

Um dos preferidos nas redes sociais, ele se maravilha com o retorno do programa. "Tive o reconhecimento do trabalho de uma vida em dois meses. É incrível perceber que minha arte chega nas pessoas independentemente de que estilo curtam. Depois de tantos anos batalhando, ver essa comunicação tão direta é muito bom", confessa. "Ouvi coisas incríveis de gente que canta em estilo diferente do meu. Dos jurados, do público. Um dos maiores prêmios foi participar e conseguir essa exposição", diz.

GRATIDÃO AO ROCK

Além de reconhecimento, a participação na atração vem rendendo frutos. André vai fazer um show voltado para o repertório do rock brasileiro que o formou, o 'BRock is Back - Tributo ao Rock Nacional', que acontece no Rio nesta sexta, às 21h, no Teatro Rival Petrobras, na Cinelândia. No repertório, um passeio pelas décadas de 1980. Frateschi vai levar para o palco um rock contestador, com músicas eternizadas por Cássia Eller, Cazuza, Nação Zumbi, Barão Vermelho, Plebe Rude, Titãs, Paralamas do Sucesso e, claro, Legião Urbana (em 2016, ele participou como vocalista da turnê comemorativa 'Legião Urbana XXX Anos' durante quase dois anos). O show também vai contar com as participações de Dado Villa-Lobos e de Lucio Mauro Filho, seu colega de 'Popstar'.

"Queria fazer um show em que eu pudesse me comunicar através das músicas. E tem essa coisa do rock nacional estar meio colocado para escanteio. Na turnê que fiz com a Legião, percebi que é só uma questão de mostrar as músicas. As pessoas de 40 curtiam, os mais novos curtiam", lembra. E provoca sobre a importância do estilo na cena cultural brasileira. "Se soprar essa brasa vira fogo. O rock é sempre contestador e tem tudo a ver com o momento do país". Ele evidencia que a escolha do repertório também é uma homenagem ao gênero. "Passa por uma história de gratidão por eu ser quem sou hoje. Essas músicas fazem parte de um pedaço importante da minha formação de artista, do meu caráter. É um resgate de tudo que sou. Além disso, são letras que continuam vivas e ressoando", acredita.

NOVELA

O programa coroa mesmo uma ótima fase do ator. Tanto que ele recebeu uma proposta de trabalho ao vivo, durante a atração. O diretor Dennis Carvalho, que fazia parte do júri, anunciou que André estava escalado para a próxima novela do autor João Emanuel Carneiro. "Nossa, fiquei muito feliz. Até agora só sei que farei um islandês, da terra da Bjork (cantora e compositora islandesa)", comenta. "A vida é feita de momentos. Tenho consciência de que esse é um grande momento, de maior reconhecimento do trabalho que já tive. E estou tentando fazer com que tenha ressonância. Quero construir mais um pedaço da minha casa, que é minha vida. Tudo que está acontecendo agora só está porque me preparo há mais de 20 anos".

ATUAR OU CANTAR?

Entre um e outro, André prefere os dois. "Não dá para simplesmente escolher uma coisa ou outra. Atuar até pode ser instintivo, mas tem uma coisa de intermediação de raciocínio envolvida. A música passa por outro buraco, tem muito do instinto, do coração. Gosto das duas coisas. Mas te confesso que ultimamente a música tem me seduzido, porque vai direto ao ponto, entra sem permissão", reflete.

E ele conclui: "Não sei se é politicamente correto falar isso, mas é o que sinto: as artes são meu encontro com Deus. Minha missa, meu altar. É a coisa divina da arte, da música. Transcendemos através da expressão artística. Nada supera isso.Acho que é isso que se traduz no palco e por isso as pessoas são tocadas".

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