Por RICARDO SCHOTT

Podia ser só mais um Rock in Rio, sem muitas surpresas. Não foi. O primeiro fim de semana do festival foi marcado pelo descontentamento do público com a atual situação do Brasil com a política - e com o fato de público e plateia se unirem no mesmo desencanto, a ponto de Samuel Rosa, do Skank, falar que "políticos são piores que ladrões, matam gente", Alicia Keys passar a palavra a uma liderança indígena feminina, que lembrou o que está acontecendo na Amazônia, e até Evandro Mesquita ser o primeiro artista do festival a reclamar nominalmente, no palco, do governo Michel Temer.

"O governo Temer quer salvar o pescoço. Sou guardião da Amazônia. Levantem as mãos aí que nossa resistência será forte, firme, por um Brasil melhor, pelas áreas indígenas, pelas demarcações de área, é isso aí", afirmou Evandro, motivado pela mesma causa de Alicia Keys. Houve também muita diversidade, especialmente no primeiro dia, quase um dia GLBT no Rock in Rio, e no terceiro, com o beijo de Johnny Hooker e Liniker no palco.

SHOWS

Separando destaques, teve Maroon 5 duas vezes - a primeira substituindo Lady Gaga -, Ivete Sangalo sendo quase tanto cantora quanto showwoman, Skank provando que mesmo sem sucessos novos ainda é uma das carteiras de hits mais impressionantes, Alicia Keys de cara limpa e mandando bala num soul cantado de maneira excepcional, Nile Rodgers apresentando um baile com os hits que produziu (sucessos de David Bowie, Diana Ross e Madonna). Começou bem, inclusive na experiência para o público, que encontrou uma nova Cidade do Rock em que tudo funciona e filas andam.

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