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O delegado Fernando Segóvia vai substituir Leandro Daiello no comando da Polícia Federal. Um novo nome para a diretoria-geral da PF já era negociado desde maio, quando o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, assumiu a pasta. Alegando estar cansado, o diretor-geral da PF que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar. A troca foi confirmada pela PF ontem, em nota.

A pressão do PMDB sobre o ministro para que trocasse o comando da pasta se intensificou desde a deflagração da Operação Tesouro Perdido, no dia 5 de setembro, que descobriu o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Além disso, o Palácio do Planalto também não escondeu a irritação com o vazamento de relatório da Polícia Federal sobre o "quadrilhão do PMDB", que embasou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer enterrada em votação na Câmara Federal.

O Planalto chegou a cotar Rogério Galloro, número 2 de Daiello, fotografado em um almoço com Torquato e o diretor-geral. No entanto, ele vai assumir a diretoria das Américas da Interpol.

Disputa interna

Além de Galloro, Torquato havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a sucessão. Um deles era o ex-superintendente da PF no Maranhão, o delegado Fernando Segóvia. Nos bastidores, Segovia era visto como o nome que o PMDB queria indicar para a vaga de Daiello.

Segóvia assumiu a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão em agosto de 2008. Entre as operações conduzidas por ele, estão a Rapina III, que prendeu 24 pessoas envolvidas em esquema de fraudes em contratos públicos nas áreas de Saúde e Educação no interior do Maranhão. Os agentes apuraram desvio de R$ 30 milhões.

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