
A última esperança de resgatar os 44 tripulantes do ARA San Juan: a Marinha argentina informou ontem que investiga ruído no fundo do mar detectado três horas após a última comunicação com o submarino, desaparecido há sete dias. É um sopro em meio à tensão que tomou conta da Argentina e dos 11 países que ajudam nas buscas, incluindo o Brasil. É preciso pressa, pois, segundo as estimativas mais otimistas, o estoque de ar já teria acabado caso a embarcação esteja submersa.
"Foi informada como anomalia hidroacústica. Foi um ruído por volta das onze da manhã de quarta-feira (meio-dia do dia 15, no horário brasileiro de verão), quase três horas depois da última comunicação, 30 milhas ao norte de onde foi feito o contato e no caminho para Mar del Plata", revelou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi.
São diversas possibilidades, mas a esta altura poucas dão chance de vida aos tripulantes. Um dia antes do último contato, o San Juan alertou ter problemas na bateria. Um submarino deste tipo está equipado com quatro baterias de 50 toneladas cada uma, que contêm chumbo e ácido sulfúrico.
Sem balizas
"Em caso de problemas, as baterias podem produzir gases instáveis e até explosão", alerta um ex-submarinista. Se ocorreu uma explosão ou incêndio a bordo, as possibilidades de sobrevivência são mínimas. Isto explicaria por que as balizas de emergência não foram ativadas.
No total, 14 navios, 12 aviões e 4 mil homens participam das operações de busca, mas achar o San Juan, projetado para ser indetectável, é muito difícil. O ex-comandante francês Dominique Salles explica: "Uma torre de submarino é um conjunto metálico de menos de dez metros de comprimento por quatro metros de altura. Em um mar com ondas de até oito metros, como ocorre nos últimos dias, é difícil detectá-lo."