A explosão de uma bomba seguida de ataque a tiros matou ao menos 235 pessoas e deixou mais de 125 feridas ontem em uma mesquita no norte do Egito. O massacre é o mais mortal da história recente do país.
Os fiéis estavam em oração quando a bomba foi detonada. Enquanto as vítimas tentavam fugir, cerca de 40 homens disparavam em jipes. Eles também atearam fogo a veículos para bloquear o acesso. A mesquita Al-Rawdah fica a 40 km de Arish, território onde o Exército combate a facção egípcia do Estado Islâmico (EI).
O local é frequentado principalmente por sufis, adeptos de corrente mística do Islã considerada como herege pelo grupo extremista.
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, opositor da militância islâmica, decretou três dias de luto nacional e prometeu responder ao ataque com "força brutal". Ele garantiu que "as Forças Armadas e a Polícia vão vingar os mártires e trarão segurança e estabilidade em breve".
Abertura ameaçada
Ninguém ainda assumiu a autoria do massacre, mas desde 2013, quando o ex-presidente Mohammed Mursi da Irmandade Muçulmana foi destituído do cargo por militares, a região do Sinai do Norte tem sido palco de ataques de grupos terroristas, como o EI e o Al-Qaeda, que miram especialmente cristãos.
Em 2015, o Estado Islâmico abateu um avião russo no Egito, matando 224 pessoas.
O atentado na mesquita acontece dois dias depois de o país começar um período de testes para reabertura da fronteira com a Faixa de Gaza, fechada desde agosto.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que "o mundo não pode tolerar o terrorismo". "Devemos derrotá-los militarmente e desacreditar a ideologia extremista".
O Ministério de Relações Exteriores do Brasil disse estar consternado com o caso e expressou condolências.