Novo exame de sangue pode ser eficaz na identificação precoce de câncer - Freeimages.com
Novo exame de sangue pode ser eficaz na identificação precoce de câncerFreeimages.com
Por AFP

Miami - Pesquisadores americanos anunciaram nesta quinta-feira um novo tipo de exame de sangue capaz de detectar oito tipos diferentes de câncer antes que os tumores se espalhem para outras partes do corpo. O avanço pode auxiliar da identificação precoce da doença em pacientes. A informação foi divulgada na publicação de um artigo da revista americana 'Science'. Chamado de 'CancerSEEK', o método ainda necessita de mais estudos para se tornar amplamente disponível por um custo projetado de cerca de US$ 500. 

O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, envolveu 1.005 pacientes cujos cânceres, já pré-diagnosticados com base em seus sintomas, foram detectados com uma taxa de precisão de cerca de 70% no total. Os cânceres foram detectados nos ovários, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, cólon ou reto, pulmão e mama. Para cinco desses tipos de câncer, não há exames de rastreio disponíveis para pessoas de risco médio.

De acordo com o artigo, o exame foi capaz de detectar esses cinco tipos com uma faixa de sensibilidade de 69% a 98%. Em 83% dos casos, o exame foi capaz de delimitar onde o câncer estava anatomicamente localizado.

O teste não é invasivo e baseado na análise combinada de mutações de DNA em 16 genes de câncer, bem como dos níveis de 10 biomarcadores de proteínas circulantes. "O objetivo final do CancerSEEK é detectar o câncer ainda antes que a doença seja sintomática", afirmou o estudo.

Especialistas de fora do estudo disseram que é necessário que haja mais pesquisas para descobrir a verdadeira precisão do teste e se este seria capaz de detectar cânceres antes do aparecimento de sintomas.

"Isso parece promissor, mas com várias ressalvas, e uma quantidade significativa de pesquisa adicional é necessária", disse Mangesh Thorat, vice-diretor da Unidade de Ensaios Clínicos Barts da Universidade Queen Mary de Londres.

"A sensibilidade do teste no câncer de estágio I é bastante baixa, cerca de 40%, e mesmo nos estágios I e II combinados parece ser em torno de 60%. Portanto, o exame ainda vai deixar escapar uma grande proporção de cânceres no estágio em que nós queremos diagnosticá-los", completou. 

Nicholas Turner, professor de oncologia molecular no Institute of Cancer Research, em Londres, apontou que a taxa de falso positivo de 1% do teste pode parecer baixa, mas "poderia ser uma preocupação significativa para o rastreamento da população. Poderia haver muitas pessoas que são informadas que têm câncer que talvez não tenham".

No entanto, Turner descreveu o artigo como "um passo ao longo do caminho para um possível exame de sangue para detectar câncer, e os dados apresentados são convincentes a partir de uma perspectiva técnica sobre o exame de sangue".

 

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