Brasília - Na véspera do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a imprensa internacional repercute a notícia com críticas ao devido processo legal. O caso do triplex no Guarujá será analisado e decidido por três desembargadores do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre (RS), responsável pelos processos de segunda instância relacionados com a Operação Lava Jato.
Em seu site, o jornal britânico The Guardian comenta que a decisão histórica poderá remover o líder mais popular da história brasileira das eleições. "O Brasil está se preparando para uma decisão judicial histórica que poderia remover o líder mais popular da história brasileira moderna de uma eleição que ele está atualmente preparado para vencer", relatou o jornal.
O estadunidense The New York Times relata que a 'evidência contra o Sr. da Silva está muito abaixo dos padrões que seriam levados a sério, por exemplo, no sistema judicial dos Estados Unidos'. Além de citar um possível partidarismo pelo juiz do julgamento, Sérgio Moro, quando o magistrado teve que pedir desculpas ao Supremo Tribunal em 2016 por divulgar conversas telefônicas entre o ex-presidente e a presidente Dilma Rousseff, seu advogado e sua esposa e filhos.
Na Espanha, o colunista do El Pais, Juan Arias, afirmou que, para direita, "seria melhor derrotar Lula nas urnas do que convertê-lo em vítima". Afirmou, também, que a direita sabe que, em vista da rejeição da sociedade à corrupção, será difícil eleger um candidato que tenha apoiado o Governo Temer.
Já a britânica BBC citou a fragilidade política do país, uma vez que o Brasil encontra-se dividido com o julgamento, e ainda reforçou o apoio que Lula tem nas ruas. "Na véspera do apelo, seus apoiantes estão se reunindo para obter apoio. Os cantos de 'Lula, guerreiro do povo brasileiro' estão ficando mais altos. Eles estão confiantes de que ele será libertado, pois as acusações, na sua opinião, são puramente políticas" disse a rede.
