Apresentação acontece na próxima sexta-feira, dia 5Foto: Divulgação
Raoni e Dandara celebram 50 anos do álbum "Canta Canta Minha Gente", do avô Martinho da Vila, em show no Sesc Barra Mansa
O espetáculo faz parte da temporada SESC RJ Pulsar 2025, que contará com mais três shows
Barra Mansa - Uma celebração emocionante em homenagem aos 50 anos de lançamento de uma das maiores e mais conhecidas obras de Martinho da Vila. Esse é o espírito do show "50 Anos Canta Canta, Minha Gente", que a dupla de samba Raoni e Dandara, formada pelos netos do cantor e compositor, apresenta na próxima sexta, dia 05 de setembro, às 19h30min, no SESC Barra Mansa. O espetáculo faz parte da temporada SESC RJ Pulsar 2025, que contará com mais três shows de Raoni e Dandara: depois a dupla segue para o Sesc Teresópolis e para o Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis.
O roteiro do show "50 Anos Canta Canta, Minha Gente" leva ao público uma trajetória repleta de afetividade, ritmos e memórias que unem gerações da mesma família e reafirmam a força da cultura popular brasileira. Primeiros netos de Martinho da Vila, Raoni e Dandara são filhos de Analimar, que assina a direção geral do show, além de tocar percussão e fazer backing vocal. O irmão caçula Guido também se apresenta na percussão. Já a tia Mart’nália aparece no roteiro musical, com alguns sucessos reinterpretados pela dupla. A direção musical é de Júlio Florindo.
A base do repertório são os sucessos do disco lançado em setembro de 1974 pela gravadora RCA, o primeiro trabalho conceitual de Martinho, que em plena ditadura militar trazia temas como a valorização do negro, a questão indígena e a religiosidade de matriz africana. A faixa-título ‘Canta,canta, minha gente’ surgiu como símbolo de esperança para o povo que sofria no bolso o arrocho econômico do período, e virou símbolo da trajetória e do estilo do artista. “Renascer das Cinzas” nasceu como samba de quadra e hoje é um verdadeiro hino da Unidos de Vila Isabel, escola de Martinho e de toda a família, onde Dandara é primeira porta-bandeira e Raoni integra a bateria.
Com novos arranjos e versões, estão no repertório “Disritmia” – canção que na época chegou a ser questionada pela ditadura por ter a palavra “porre” na letra -, o samba-enredo “Tribo dos Carajás” - cuja pressão dos militares tirou a obra da disputa de sambas na escola do compositor -, além de “Nego vem cantar” e “Festa da umbanda”. Outras composições de Martinho, como “Mulheres” e "Casa de bamba”, e algumas autorais da dupla, como “Atravessando gerações” e “Que preta é essa”, também entram na roda.
“Nosso novo show é uma festa de celebração à música, ao samba e à família, que começou com nosso avô e segue viva nas novas gerações dos Ferreira; é uma homenagem não só ao Martinho avô, mas ao Martinho da Vila que é um grande mestre da Música Popular Brasileira, que construiu um legado musical e segue inspirando gerações de artistas e fãs”, resume Raoni.
“O espetáculo tem uma simbologia muito grande para mim e o Raoni, porque começamos nossa carreira com uma roda de samba também chamada ‘Canta, canta, minha gente’, em 2017; então é uma homenagem e um agradecimento ao nosso avô, levando ao palco o DNA da família em forma de música, dança e muita alegria”, completa Dandara.
Breve histórico – Raoni e Dandara estrearam na carreira musical em 2017, com a roda de samba batizada de ‘Canta, canta, minha gente’, projeto que ainda hoje percorre o Brasil com apresentações em palcos ou no formato de roda de partido alto. Em 2021, a dupla de sambistas lançou o primeiro EP, intitulado ‘Atravessando gerações’, com produção de Mart´nália e Thiago da Serrinha, pela Sony. Em 2023, os sambistas participaram do Sesc RJ Pulsar, com 14 apresentações do show de divulgação do primeiro EP.
Raoni é compositor e desfila na bateria da Unidos de Vila Isabel. Atualmente, Dandara é a primeira porta-bandeira da Vila Isabel. Além dos próprios shows, eles se apresentam – quando as agendas permitem - em espetáculos da Tia Mart´nália, com Raoni na percussão e Dandara nos vocais e solos da dança de passista. A mãe Analimar já foi baiana da Vila Isabel e presidente da escola mirim Herdeiros da Vila, e atua ainda como backing vocal em shows dos filhos, da irmã Mart´nália e do pai Martinho da Vila.

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