Agatha Rocha com a bola nos treinamentos do Belford RoxoIsaac Timóteo / SEBR

Belford Roxo - A Sociedade Esportiva Belford Roxo tem nas suas trincheiras uma guerreirinha boa de bola que vem buscando um lugar ao sol, seu nome Agatha Rocha, de 10 anos, que sonha em viver do futebol. A atleta com seu estilo e desempenho em campo, encantou à primeira vista o coordenador da base do clube, Custódio Júnior, que a viu participando de um torneio da Escolinha do Belford Roxo, sendo a única menina do time. Imediatamente a convidou para treinar com as categorias da base masculina Sub-15, Sub–16 e Sub-17, pois sabia que ao lapidá-la estaria ajudando a surgir uma futura estrela do futebol.
Agatha Rocha (em pé à direita) com o time Sub 16 - Isaac Timóteo / SEBR
Agatha Rocha (em pé à direita) com o time Sub 16Isaac Timóteo / SEBR


Segundo Agatha, no início os atletas estranharam vê-la treinando com eles e agora não pode cometer erros. "Me olhavam de lado, não me passavam a bola e não aceitavam perder pra mim. Ficava chateada e isso me fazia jogar com mais vontade. Hoje é puxado jogar com os meninos mais velhos, mesmo assim, não posso errar, e tenho a cada dia que provar entre dribles e gols, que sou capaz de estar entre eles. Quero ser igual a Leandra e a Tacianne Lima, que saiu de Belford Roxo e agora joga na Seleção Brasileira", finalizou a jogadora.
Agatha com a família - Isaac Timóteo / SEBR
Agatha com a famíliaIsaac Timóteo / SEBR


“Agatha é muito disciplinada, dedicada, proativa, atenciosa nos exercícios, aprende os fundamentos, não falta aos treinos. Me sinto privilegiado pela confiança que seus pais depositaram no nosso clube e por estar cuidando dessa joia. Nas competições oficiais dos meninos de 15 e 16 anos, por ainda não ter a idade adequada, os acompanha e fica sentada no banco incentivando os amigos, que a consideram um talismã. Nos nossos jogos treinos, mostra que é boa de bola e não tem medo de encarar os jogadores’, disse o coordenador de base do Belford Roxo, Custódio Júnior.

A meia atacante recebe o incentivo de seus pais, o militar Bruno Rocha e a artesã Elaine Peixoto, da irmã Jennifer e do seu primo jogador do Sub – 17 belforroxense, Cauã. Também teve uma grande incentivadora, a sua avó Solange que faleceu de câncer, mas do hospital ligou para a neta e pediu para nunca desistir do futebol.
Agatha com a jogadora do Fluminense Leandra - Isaac Timóteo / SEBR
Agatha com a jogadora do Fluminense LeandraIsaac Timóteo / SEBR


“Tudo começou quando ela viu nossa vizinha Leandra Gabriele, jogadora do time profissional do Fluminense, jogando com os meninos na rua, a cena despertou-lhe o interesse pelo futebol, e com 8 anos, começou a participar das peladas com a gurizada. Logo, procuramos por perto um clube que tivesse futebol feminino, mas não encontramos, a solução foi levá-la na escolinha do Belford Roxo, que mesmo não tendo alunas, permitiu que a matriculássemos. Sou grato a administração do Bel e a todos que acreditam na guerreirinha sinistrinha”, falou o pai da jogadora, Bruno Rocha.
Agatha com jogadores do time profissional - Isaac Timóteo / SEBR
Agatha com jogadores do time profissionalIsaac Timóteo / SEBR


A atleta treina diariamente, à tarde, no estádio Nélio Gomes, em São Bernardo, com os sinistrinhos, jogadores de base do Bel. E nas folgas na escola vai assistir ao treino do time profissional, que está no Grupo B1 e vai disputar o Campeonato Carioca de 2024.