Iniciativa ficou entre os 10 melhores projetos do país, alcançando a 8ª colocação, além de ser 1º colocado no Sudeste na modalidade de extensão e o único representante do Estado do RioDivulgação / IFRJ Belford Roxo
Projeto do IFRJ Belford Roxo é contemplado em edital nacional de combate ao racismo
"Coletivo Afrodiaspóricos" foi selecionado no edital Redes Antirracistas, pelo Ministério da Igualdade Racial em parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB)
Belford Roxo - O projeto “Coletivo Afrodiaspóricos”, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) – Campus Belford Roxo, foi selecionado no edital Redes Antirracistas, promovido pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com o Instituto Federal de Brasília (IFB). A iniciativa, voltada para a promoção da igualdade racial, ficou entre os dez melhores projetos do país, alcançando a 8ª colocação nacional, além de ser o 1º colocado no Sudeste na modalidade de extensão e o único representante do Estado do Rio de Janeiro contemplado na seleção.
Sob a coordenação do professor Frederico Mendes de Carvalho, o projeto surge da necessidade de enfrentar o racismo estrutural na cidade de Belford Roxo, um dos municípios mais populosos da Baixada Fluminense. Apesar de contar com 72% de habitantes negros ou pardos, segundo o IBGE, a região apresenta altos índices de desigualdade racial, racismo religioso e exclusão social. Frente a esse cenário, o Coletivo Afrodiaspóricos propõe um espaço de acolhimento, debate e formação crítica, unindo ensino, pesquisa e extensão.
A iniciativa tem como principal objetivo fomentar a educação antirracista e criar um ambiente seguro para o compartilhamento de experiências, traumas e estratégias de superação. Inspirado em autores como Abdias do Nascimento, Lélia González e Achille Mbembe, o projeto articula ações práticas e reflexivas, buscando transformar a dor em resistência e a conscientização em ferramenta de transformação social. Além disso, o coletivo pretende desenvolver uma metodologia que funcione como tecnologia social, replicável em outros territórios.
O projeto combina diferentes frentes de atuação e destaca-se com as ações de formação e letramento racial, os participantes terão acesso a debates, produção acadêmica e materiais educativos que visam construir uma postura crítica e ativa diante das modulações do racismo. Ao mesmo tempo, o grupo funcionará como catalizador de uma articulação da rede antirracista local, um espaço coletivo de acolhimento, compartilhamento de vivências e superação dos impactos do racismo estrutural.
De acordo com o professor Frederico Mendes de Carvalho, além das ações pedagógicas e formativas, o Coletivo Afrodiaspóricos buscará fortalecer políticas públicas voltadas para a igualdade racial no município de Belford Roxo. “O grupo pretende atuar diretamente na consolidação da Política Municipal de Igualdade Racial, articulando parcerias com escolas, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e entidades como a OAB. O fortalecimento de uma rede antirracista local também faz parte das metas, ampliando o impacto do projeto na comunidade”, disse o docente.
Para Frederico, que desenvolve pesquisa de doutorado sobre comunicação e racismo, a seleção do projeto no edital nacional é um reconhecimento do trabalho coletivo e da importância de ações estruturantes no território. “O Coletivo Afrodiaspóricos é mais do que um espaço de discussão. Ele é uma resposta à urgência de enfrentamento ao racismo e de valorização das identidades negras, especialmente em um território como a Baixada Fluminense. Queremos inspirar outras comunidades a construir redes de acolhimento e resistência”, afirmou.
O edital Redes Antirracistas, lançado pelo Ministério da Igualdade Racial, tem como objetivo fomentar iniciativas de ensino, pesquisa e extensão que atuem no combate ao racismo e no fortalecimento das políticas de igualdade racial no Brasil. A proposta visa contemplar temas como educação étnico-racial, afrofuturismo, inovação social e direitos humanos, consolidando ações voltadas para a construção de uma sociedade mais inclusiva.
A expectativa é que, ao longo do ano de 2025, o Coletivo Afrodiaspóricos fortaleça sua atuação na região, formando agentes antirracistas, ampliando o debate e consolidando ferramentas para a transformação social. Entre as próximas etapas, estão previstas a criação de uma página na internet, que reunirá informações e resultados do projeto, a construção de materiais educacionais com base nas vivências do coletivo e a realização de encontros periódicos com o Ministério da Igualdade Racial e com a rede local. A articulação com entidades e movimentos sociais também será intensificada, buscando envolver a população e promover uma ampla mobilização no enfrentamento ao racismo.
Para acompanhar o projeto e suas atividades, acesse as redes sociais do coletivo: Instagram - @afrodiasporicos.
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