Em frente ao Ministério da Cultura, dezenas de grevistas, muitos jovens servidores, esperavam, nesta tarde, ansiosos o resultado da reunião do comando nacional de greve da cultura com a ministra Marta Suplicy, que pela primeira vez recebia os representantes dos trabalhadores, que pararam as atividades há 17 dias.
Perto da entrada do prédio, batatas assavam sobre churrasqueiras colocadas ali pelos grevistas, representando a urgência das negociações.

A greve reúne trabalhadores do ministério e de órgãos vinculados, como a Fundação Nacional de Artes (Funarte), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Palmares e a Biblioteca Nacional. Os servidores reivindicam equiparação salarial com os funcionários da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e da Fundação Casa de Rui Barbosa, melhores condições de trabalho, maior participação nas políticas públicas da pasta da Cultura, gratificação por titulação e plano de carreira.
Cerca de uma hora após o início do encontro, os representantes dos trabalhadores informaram que as negociações com a ministra foram positivas, mas que não se chegou a uma proposta que justificasse o fim da greve. “A ministra foi receptiva e compreendeu a nossa situação, mas, diante das limitações do Orçamento, propôs que apresentássemos um plano B'”, disse o servidor Michel Correia, referindo-se à questão do reajuste salarial.
Os servidores estimam que a equiparação dos salários geraria um impacto de R$ 514 milhões. Como o Ministério do Planejamento havia descartado, em reuniões anteriores, a concessão de aumentos, eles se propuseram a discutir uma nova proposta, que garanta equidade. Hoje, de acordo com o presidente da Associação dos Servidores do Ministério da Cultura, Ângelo André Carneiro, é grande a desigualdade salarial entre os servidores. “Em alguns órgãos, um profissional de nível médio ganha R$ 1.500. Em outros, R$ 3.000”, disse Carneiro.