Por diana.dantas
Rio de Janeiro - Os projetos do pré-sal do Brasil, que em geral demandam grandes investimentos para extrair o petróleo de áreas bastante profundas, resistem a preços mais baixos que os atuais sem serem inviabilizados, afirmou nesta sexta-feira a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
"Não tem nenhum projeto do pré-sal que eu conheço que não resista a US$ 72... ou que não resista a US$ 60. Pode cair, ainda tem um bom espaço para cair", afirmou Magda Chambriard em entrevista a jornalistas, após evento no Rio de Janeiro.
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O petróleo tipo Brent, referência no plano de investimento da Petrobras, fechou nesta sexta-feira a US$ 70,15 o barril, com queda de 3,35 por cento.
Já o petróleo WTI, negociado nos Estados Unidos, fechou US$ 66,15 o barril, com queda de 10,23%, ainda repercutindo a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de não cortar produção na véspera..
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A Petrobras, que domina a produção no pré-sal, ainda pode lucrar se os preços caírem mais.
No ano passado, a estatal afirmou que poderia ganhar dinheiro com seus campos em águas ultra-profundas do pré-sal mesmo se Brent caísse para US$ 40 a US$ 45 por barril.
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Já houve precedentes de tais colapsos. O petróleo Brent caiu para cerca de US$ 36 por barril no final de 2008, durante a crise financeira global.
SHELL DO BRASIL PREPARADA
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A diretora-geral também defendeu a resistência de projetos fora do pré-sal.
"Ainda temos projetos muito robustos, porque o ganho de escala é imenso", afirmou. "Ainda temos um pulmão bem grande."
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Uma das maiores produtoras privadas de petróleo no Brasil, a angloholandesa Shell, também está preparada para enfrentar diferentes cenários no Brasil, segundo explicou o presidente no país, André Araújo.
"A Shell normalmente é bem conservadora na hora de fazer a avaliação de seus projetos, e a gente coloca o custo de barril de uma forma conservadora... nós estamos tranquilos”, afirmou Araújo.
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De acordo com o executivo, a angloholandesa sempre trabalha com a perspectiva de que o preço do petróleo é volátil e que os projetos têm vida muito longa e precisa resistir.
Araújo evitou fazer previsões sobre como a empresa espera que os preços se comportem.
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"Eu acho que o mundo hoje é mais volátil, acho que viver hoje dentro de volatilidade é uma questão de sobrevivência e acho que é muito difícil falar hoje sobre tendência. Eu não tenho ainda o que falar, está todo mundo tentando entender em que direção vai”, afirmou o presidente da Shell.