Marina Silva cobra decisão sobre racionamento de energia elétrica
Ex-senadora esteve no Rio de Janeiro para receber assinaturas para criação da Rede Sustentabilidade
Por bruno.dutra
Rio - Sem o semblante tenso que carregou durante boa parte da campanha presidencial no ano passado, a ex-senadora Marina Silva cobrou do Governo Federal planejamento energético e propostas de racionamento, ontem, no Rio de Janeiro, durante evento em que recebeu cerca de 10 mil assinaturas de apoio para a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade.
“A solução seria planejamento, com matriz energética diversificada, como já vínhamos defendendo. Teria que ser feito racionamento antes, mas não se podia dizer porque era período eleitoral”, criticou a ambientalista, diante de uma plateia de aproximadamente 100 militantes da Rede.
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Recusando-se a citar o nome da presidenta Dilma Rousseff, Marina afirmou que o governo deveria encarar o tema com seriedade e que o debate não dá espaço para os que torcem contra, “porque, quanto pior, maior será o preço que a sociedade vai pagar”. A ex-senadora acusou o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de não ouvir a sociedade e especialistas no assunto.
“Foi aprovado em 2002 que o Conselho de Política Energética deveria ter um representante da sociedade civil e outro da comunidade científica. Até hoje essas pessoas não foram nomeadas e empossadas. Por que não há a mínima participação para discutir um tema que afeta a nossa economia?”, questionou.
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A ex-presidenciável, que não fazia aparições públicas desde o fim do segundo turno, se emocionou ao relembrar os dias posteriores à morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Marina disse que não sabe se será candidata à Presidência da República em 2018: “Não consigo ficar na cadeira cativa de candidata. Foi assim em 2010 e será assim também agora. Se eu tivesse ficado na cadeira cativa, eu não teria enxergado Eduardo Campos para apoiá-lo, eu teria ido para um partido para ser a candidata”.
Diante da possibilidade de não ter recursos do Fundo Partidário este ano, a ambientalista sugeriu que os líderes da Rede criem um fundo voluntário. “Ainda somos um partido clandestino na democracia”, brincou a ex-senadora, que defendeu, também, o financiamento privado de campanhas eleitorais com teto estipulado e apenas por pessoas físicas.
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A líder da Rede ainda espera recolher 100 mil assinaturas até a primeira quinzena de março e, depois de uma triagem para validar as fichas de apoio à criação do partido, entregar 45 mil delas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para registrar um partido, o Tribunal exige 492 mil assinaturas. A Rede precisa de apenas 32 mil.