Por douglas.nunes

Integrantes de centrais sindicais e movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) convocaram manifestações para hoje (13) em 25 capitais. O ato, de acordo com a CUT, é em apoio à Petrobras, em defesa dos direitos dos trabalhadores, pela reforma política e contra as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo.

No início das manifestações, marcado para as 11h (horário de Brasília), está previsto um tuitaço, quando várias pessoas publicam simultaneamente na rede social Twitter. “Conclamamos todas as entidades da CUT e todos os trabalhadores e trabalhadoras a participar das mobilizações para defender nossos direitos e o não ao [projeto de lei] PL 4.330 e à retirada imediata das [medidas provisórias] MPs 664 e 665”, diz trecho de resolução aprovada esta semana pelo diretório nacional da CUT.

Estão previstas manifestações de trabalhadores no centro do Rio de Janeiro, em Rio Branco, São Paulo, Vitória, São Luís, Brasília, Salvador, Curitiba, Belo Horizonte e Amapá.

Petroleiros e movimentos sociais fazem ato no Rio em defesa da Petrobras

Trabalhadores da Refinaria de Duque Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, fizeram hoje (13) uma paralisação de quatro horas em defesa da Petrobras. Entre 5h e 9h, petroleiros, movimentos sociais e estudantes protestaram em frente a unidade, contra o anúncio de desenvestimento (venda de ativos) de US$ 13,7 bilhões da estatal e que provocará desemprego no país, na avaliação do sindicato da categoria.

Simão Zanardi, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias, estima que o desenvestimento anunciado semana passada desempregará cerca de 600 mil pessoas até meados de 2015. Se a meta da venda de bens for cumprida, a estimativa dele é que 1,5 milhão de trabalhadores diretos e indiretos da companhia ficarão sem emprego. “A Petrobras investe cerca de R$ 300 milhões por dia no país, se ela para, teremos demissões em cadeia”, afirmou.

No Rio de Janeiro, a maioria dos atingidos são do setor naval ou metalúrgicos desligados do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo Zanardi, entre os funcionários há a informação de que o Comperj será desativado até 2021. A estatal, procurada pela reportagem, não confirma essa intenção.

“Desenvestimento é privatização. A empresa está deixando de investir no Brasil. Já mandou dois navios para [serem construídos por trabalhadores em] Cingapura”, criticou Zanardi no protesto, que reuniu o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante da Juventude, estudantes secundaristas e o Centro Acadêmico de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, segundo os organizadores.

O plano de desenvestimento da Petrobras prevê a venda de bens nas áreas de exploração e produção no Brasil e no exterior, abastecimento e gás e energia. A companhia enfrenta alta no endividamento e tenta preservar o caixa e garantir investimentos prioritários.

Com o corte de gastos, o Sindpetro prevê a venda de navios da Transpetro, de refinarias e até de plataformas da estatal. “Não acreditamos em desenvestimento para salvar a companhia, mas em mais investimento para recuperar o crescimento”, frisou o sindicalista.

Como fim do protesto em Duque de Caxias, os petroleiros e os ativistas se organizam para participar de ato em defesa da Petrobras no centro do Rio, a partir das 13h.

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