Por diana.dantas

Rio de Janeiro - Protestos convocados por sindicatos de petroleiros e movimentos sociais a favor da Petrobras e da presidente Dilma Rousseff aconteceram nesta sexta-feira simultaneamente em pelo menos 20 Estados e no Distrito Federal.

As manifestações ocorreram dois dias antes dos protestos programados contra Dilma para domingo, que incluem pedidos de impeachment em meio a um escândalo de corrupção que envolve a petroleira estatal.

Dilma também enfrenta uma crise política com os aliados no Congresso e se esforça para fazer um forte ajuste fiscal, que pode desacelerar os investimentos públicos no país e levar o governo a adotar medidas consideradas impopulares.

O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade ligada ao PT, João Antonio de Moraes, esteve nesta sexta-feira na avenida Paulista, em São Paulo, e afirmou que cerca de 50 mil pessoas protestaram na cidade, enquanto a Polícia Militar divulgou no Twitter que 12 mil participaram das manifestações.

A avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo e área de concentração habitual de manifestações, e ruas próximas foram brevemente interditadas. Segundo a PM, já não havia mais bloqueios na cidade, atingida por uma forte chuva no fim da tarde. 

De acordo com os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram da passeata. Segundo a Polícia Militar (PM), foram 12 mil. Não houve ocorrências graves. O ato reuniu, na maioria, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e de outros movimentos sociais e sindicais.

O movimento foi convocado por entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e sindicatos de estudantes, além da FUP. Sindicalistas petroleiros dizem que não existe a intenção de impactar as operações da Petrobras, muito menos a produção.

"Queremos a prisão dos culpados e a devolução do dinheiro", afirmou o diretor da FUP e da executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vitor Carvalho, em referência às investigações que apuram o escândalo de corrupção na estatal, que envolveu empreiteiras, ex-diretores e políticos.

Carvalho disse ainda que os manifestantes são contra o impeachment de Dilma e que querem defender a democracia "reconquistada nas ruas e na luta" após a ditadura militar.

"Nós perdemos três eleições consecutivas e nunca fomos questionar o resultado", afirmou Carvalho, em defesa da presidente Dilma.

Representante dos funcionários da Petrobras na Bacia de Campos, o Sindicato dos Petroleiros Norte Fluminense (Sindipetro-NF) convocou apenas os trabalhadores de folga, visando evitar impacto na produção. A Bacia de Campos produz mais de 70 por cento do petróleo do país.

Manifestações foram marcadas nos seguintes Estados, além do Distrito Federal: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, Florianópolis, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Rio Grande do Sul.

A manifestação na cidade do Rio de Janeiro começou na praça da Cinelândia, e caravanas de vários locais do país chegaram à cidade. O vigilante Ronaldo Gonçalves dos Santos, de 48 anos, veio de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio, num comboio de 50 ônibus.

"Queremos defender a Petrobras da robalheira e tudo indica que tudo começou antes no governo Fernando Henrique", disse.

Cerca de 1.200 policiais foram destacados para acompanhar as manifestações de apoio e contra o governo Dilma Rousseff, nesta sexta-feira e no domingo, segundo o governo do Estado do Rio.

No centro da cidade do Rio, um contingente policial foi mobilizado logo cedo na região da Cinelândia e nas imediações da sede da Petrobras.

Nesta sexta-feira, nas redes sociais, surgiu uma mensagem de apoio à presidente da República com a hashtag "#DilmaLindaOBrasilTeAma".

Os sindicatos defendem um plebiscito constituinte para reformar o sistema político e acabar com o financiamento privado de campanhas, que, segundo eles, causa corrupção.

Eles também protestam contra ajustes fiscais que "reduzem e limitam direitos e conquistas dos trabalhadores".

Dilma, que enfrenta queda na popularidade, tem reiterado o direito de a população se manifestar, desde que seja de forma pacífica.

Durante um pronunciamento na TV no domingo, em que defendeu os ajustes fiscais do governo, houve manifestações e panelaços em várias cidades do país, e ela foi vaiada durante um evento em São Paulo na terça-feira.

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