Por diana.dantas

São Paulo - A Justiça Federal do Paraná acatou nesta quinta-feira a denúncia por lavagem de dinheiro contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Também foi acatada, no mesmo pedido feito pelo Ministério Público Federal, a denúncia contra o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça, pelo mesmo crime.

"Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, João Vaccari Neto e Renato de Souza Duque", afirma a decisão judicial.

Vaccari já responde a processo por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato e agora passará a responder a mais um processo relacionado às investigações sobre um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

Na denúncia, o MPF afirma que parte da propina paga para Duque quando era diretor de Serviços da Petrobras foi direcionada por empresas do grupo Setal Óleo e Gás, controlado por Augusto Mendonça, para a Editora Gráfica Atitude a pedido de Vaccari, então tesoureiro do PT. Há ainda vários indicativos de ligação da Gráfica Atitude com o partido, segundo o Ministério Público.

A defesa de Vaccari negou as acusações e afirmou que a denúncia foi feita com base em delação premiada de Mendonça e sem que fossem apresentadas provas pelo Ministério Público.

Em nota divulgada após a aceitação da denúncia, a defesa do ex-tesoureiro do PT afirmou "faltar justa causa" para que o novo processo contra Vaccari fosse aberto.

"Pela lei processual brasileira, esta denúncia deveria ser rejeitada, pois nada existe de prova contra o senhor Vaccari, a confirmar a versão do delator Augusto Mendonça e, como a lei estabelece, palavra de delator não é prova, mas tão somente mera informação que depende de comprovação, o que inexistiu neste caso", afirma a nota.

A Lava Jato investiga um esquema de corrupção na Petrobras no qual, segundo o MP, empreiteiras teriam formado um cartel para vencer licitações de obras da Petrobras e, em troca, pagariam propina a funcionários da estatal, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, a políticos e partidos.

O PT nega ter recebido doações oriundas de dinheiro de propina e afirma que todas as doações que recebeu foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral.

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