Por thiago.antunes

Brasília - O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), ao tentar justificar o fato de estar entre os políticos que foram beneficiados por recursos da JBS, confessou que um dos muitos partidos a que já pertenceu, o PP, recebeu propina nas eleições de 2014.

O deputado participou na manhã desta terça do programa Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, e discutiu com o historiador Marco Antonio Villa, que é comentarista do programa. O embate teve início quando Villa falou sobre uma doação da JBS no valor de R$ 200 mil registrada na listagem do Tribunal Superior Eleitoral na campanha de 2014.

“Começaram as eleições de 2014. Me liga o presidente do meu partido”, contou o deputado e aspirante à presidência, se referindo a Ciro Nogueira. “Ele me diz que vai botar R$ 300 mil na minha conta. Disse que tudo bem, mas que colocasse R$ 200 mil na minha conta e R$ 100 mil na do meu filho. Quando vi o nome da Friboi, perguntei se queriam extornar. Falei que ia para a Câmara dos Deputados, ia jogar R$ 200 mil e dizer que é dinheiro do povo, porque foi dinheiro que pegaram do PT para se coligar com o meu partido”, disse.

Bolsonaro afirmou na entrevista, como o filho dele, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, já havia feito em vídeo, que exigiu que o dinheiro fosse substituído por recursos oriundos do Fundo Partidário. Segundo ele, isso foi feito pelo partido. No entanto, ele não explicou como a origem do recurso foi atestada. “O dinheiro (da JBS) foi para outro deputado”, garantiu.

Perguntado se isso não era propina, Bolsonaro admitiu: “O partido recebeu propina sim, mas qual partido não recebe propina?, perguntou. Apesar de ter admitido a ilegalidade, Bolsonaro ergueu a voz para dizer que não queria ser “rotulado de corrupto”.

Você pode gostar