Por thiago.antunes

São Paulo - A Operação Lava Jato inspira manifestações de apoio e tentativas de bloqueio, mas também a mente criativa dos ‘171’ brasileiros. Em São Paulo, um falso procurador tentou obter vantagem indevida de um empresário, em um golpe que não deu certo, mas, até agora, não levou ninguém à prisão.

A vítima da 'Lava Jato Fake' denunciou o caso à rádio Bandeirantes. Segundo Anahel Fael, desde fevereiro um falso “procurador federal”, que se identificou como Hideo Sakamoto, passou a telefonar diariamente para ele dizendo que havia fiscalizações contra a empresa dele que poderiam ser resolvidas em troca de uma doação para a “Associação dos Magistrados Federais”. O valor era modesto para os padrões da Lava Jato: R$ 3200. Em troca, as fiscalizações dos últimos cinco anos seriam “baixadas do sistema”.

A pequena quantia pedida foi um dos fatores que despertou a desconfiança do empresário. Ele resolveu gravar um dos telefonemas, que persistiram até a semana passada.

No telefonema, a tentativa de extorsão é feita com muit lábia. “Querido, falo contigo aqui do Ministério Público Federal sobre aquela solicitação, aquele lembrete, aquela participação conosco”, diz o suposto ‘doutor Hideo’.

“Queria saber se poderíamos contar com o seu apoio aqui na Associação dos Magistrados Federais, do MPF. A fiscalização já está dada como feita, como concluída, como encerrada. O senhor está livre da fiscalização, só não está livre da nossa amizade. A contribuição é de R$ 3.200”.

O empresário, inicialmente, acreditou que havia um problemas, mas, depois de várias ligações, percebeu a tentativa de extorsão e resolveu fazer a delação — sem prêmio.

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