Rio - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira, o empresário do ramo de alimentos Marco Antônio de Luca, em seu apartamento de luxo na Avenida Vieira Souto, na orla de Ipanema, Zona Sul do Rio. A ação da PF é uma nova fase da Lava Jato que tem o objetivo de desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos destinados ao fornecimento de merenda escolar e alimentação de detentos no estado do Rio, tendo como contrapartida o pagamento de propina a autoridades públicas. Luca teria faturado bilhões durante os governos Cabral e Pezão.
A operação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Quarenta policiais federais cumpriram o mandado de prisão preventiva e buscam cumprir outros nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio, na Barra da Tijuca, Centro, Ipanema e Leblon, além de municípios de Mangaratiba, Costa Verde do estado, e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
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As investigações, iniciadas há seis meses, indicam o pagamento de pelo menos R$ 12,5 milhões em vantagens indevidas a autoridades públicas por um empresário do ramo de alimentação que mantinha contratos com o Governo do Estado do Rio.
Marco Antônio será indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Após os procedimentos de praxe, ele será encaminhado ao sistema prisional do estado.
Operação Ratatouille
A operação que prendeu o empresário Marco Antônio de Luca foi batizada de Ratatouille, referência a um prato típico francês e também ao jantar realizado em Paris que teve a presença do então governador Sérgio Cabral, sua esposa Adriana Ancelmo, secretários de governo e empresários que tinham negócios com o estado, em 2009.
O episódio ficou conhecido como a "farra dos guardanapos", em referência às imagens em que os participantes aparecem dançando e com guardanapos na cabeça. Muitos dos presentes no jantar acabaram investigados e presos em casos de corrupção.
O último preso que esteve na noite em Paris foi o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, suspeito de fraude em licitação e corrupção no governo de Sérgio Cabral, em abril deste ano, durante a operação Fatura Exposta, outro desdobramento da Lava Jato.