São Paulo - Internado desde a última segunda-feira no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, o ex-médico Roger Abdelmassih deve receber alta ainda nesta segunda-feira e continuar em casa o tratamento contra uma infecção urinária.
A informação é do advogado dele, Antônio Celso Fraga, que conseguiu, no domingo, revogar a decisão judicial que determinava o retorno de seu cliente à Penitenciária do Tremembé, onde receberia atendimento no centro médico.
Condenado a 181 anos de prisão por 48 estupros de 37 de suas pacientes, Abdelmassih cumpre, desde julho, prisão em regime domiciliar. Mas, na última sexta-feira, a juíza Sueli Zeraik Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais, considerou que o benefício não poderia ser mantido. A magistrada tomou por base o fato de o governo do estado de São Paulo ter rompido o contrato com a empresa Synergye, fornecedora de tornozeleiras. O uso das tornozeleiras eletrônicas, conforme justificou, foi ”a condição estabelecida para conceder ao sentenciado a manutenção da prisão domiciliar”.
A determinação, no entanto, foi derrubada ontem pelo desembargador Ronaldo Sérgio Moreira da Silva, ao acatar o pedido de hábeas corpus impetrado pelo advogado Antônio Celso Fraga. “O desembargador entendeu que ele [Roger Abdelmassih] não poderia ser penalizado pela descontinuidade de um serviço essencial”, afirmou Fraga, argumentando ainda que tal parecer está respaldado por uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o advogado, a própria justiça reconhece que, em razão da gravidade do quadro de saúde de seu cliente, ele não poderia ser tratado no hospital penitenciário. E, pela própria fragilidade em que se encontra, “não oferece nenhum risco de vir a empreender fuga”.