Rio - A escritora gaúcha Clara Averbuck publicou um vídeo em seu perfil, na tarde desta terça-feira, em que comenta a repercussão sobre seu relato de estupro — que ela alega ter sofrido por um motorista da Uber no último sábado. "Isso viralizou de uma forma que eu não estava esperando. Como sempre, vai ter gente duvidando da vítima", afirma ela, que aparece nas imagens com o olho roxo e um machucado no rosto.
Clara também fala sobre o porque de ainda não ter ido em uma delegacia prestar boletim de ocorrência sobre a violência sexual. "Essa decisão é minha e eu não confio no sistema. Já fui inúmeras vezes na delegacia levar amigas minhas, já levei desconhecida, já levei um monte de mulher e vi o tratamento que é dado", diz. "Violência sexual é o único crime que quem tem que provar é a vítima", declara a gaúcha no vídeo, que já foi visto por quase 50 mil internautas.
Em outro momento, a escritora afirma que "não adianta espancar ou matar estuprador". Segundo ela, os homens reproduzem a violência e masculinidade que eles conhecem. "O estuprador não é um monstro. Ele pode ser o seu vizinho ou o seu tio", conclui.
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Escritora relata estupro em Uber
A escritora gaúcha Clara Averbuck relatou nesta segunda-feira, em sua página no Facebook, ter sido estuprada por um motorista de Uber durante uma corrida. Na publicação, ela não especificou quando o estupro ocorreu, mas deu detalhes do crime, falou sobre seu estado de saúde e sobre a possibilidade de formalizar a denúncia.
Contrariando orientações da Polícia Civil, a escritora não prestou queixa. "Estou decidindo se quero me submeter à violência que é ir numa Delegacia da Mulher, já que a violência sexual é o único crime que a vítima é quem tem que provar. Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. A culpa não é minha. Eu sei. O mundo é um lugar horrível pra ser mulher", relatou.
Em nota, a Uber informou que o motorista foi banido da plataforma e afirmou que repudia o ocorrido, além de se colocarem à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. "Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher", afirmaram.