Evellyn Perusso, 19 anos, tentou incriminar Eduardo Purkote
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Evellyn Perusso, 19 anos, tentou incriminar Eduardo Purkote Reprodução/ Facebook
Por O Dia

Paraná - O Ministério Público do Paraná denunciou sete pessoas envolvidas na morte do jogador de futebol Daniel Corrêa Freitas nesta terça-feira. O MP-PR incluiu Evellyn Brisola Perusso, 19 anos, entre os denunciados. Ela ficou com Daniel na noite anterior ao crime. O crime ocorreu no dia 27 de outubro, em São José dos Pinhais, após o jogador participar de uma festa de aniversário em Curitiba, que teria continuado na casa de três dos acusados, o empresário Edison Brittes, assassino confesso, sua mulher, Cristiana Brittes, e a filha Alana Brittes.

Daniel jogou pelo Coritiba em 2017 - Reprodução
 

O nome de Evellyn substitui o de Eduardo Purkote, que estava entre os indiciados pela Polícia Civil de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. O promotor responsável pelo, João Milton Salles, a indiciou por ela ter indicado, em depoimento prestado à polícia, Purkote como uma das pessoas que teria agredido Daniel na casa da família Brittes e, supostamente, buscado a faca utilizada no crime. O jovem foi preso temporariamente, mas foi liberado nesta segunda-feira após a investigação concluir que ele não teve participação no crime.

Ao confessar o crime, o empresário Edison Brittes Júnior alegou que o jogador tentou estuprar Cristiana Brittes, esposa do empresário. Contudo, o delegado Amadeu Trevisan já afirmou que não houve tentativa de estupro. O MP também disse que não houve tentativa de estupro.

Polícia apreende moto em casa de Edison Brittes que pertence a traficante preso pela Polícia Federal - Reprodução/ TV Globo

Se a Justiça aceitar a denúncia, os acusados passam a ser réus.

Os envolvidos, com diferentes participações, foram denunciados por sete crimes: homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), ocultação de cadáver, fraude processual, coação no curso do processo, denunciação caluniosa, falso testemunho e corrupção de menor.

Eduardo Henrique da Silva, primo de Cristiana Brittes, depôs nesta segunda-feira - Reprodução/ TV Globo

O empresário, autor confesso do crime, e mais três pessoas que estavam no carro usado para levar o jogador até o local da execução foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual. Os jovens em questão são Eduardo da Silva, primo de Cristiana Brittes, Ygor King e David Willian da Silva.

Daniel enviou foto ao lado de Cris Brittes, mulher de Edison, que confessou o assassinato do jogador - Reprodução

Além disso, o empresário e duas dessas pessoas foram acusados por coação no curso do processo. A esposa do empresário foi denunciada por homicídio qualificado por motivo torpe, fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo, mesmos crimes pelos quais foi denunciada a filha do casal, com exceção do homicídio.

Evellyn Brisola Perusso responderá por falso testemunho, fraude processual, denunciação caluniosa e corrupção de menor.

Corpo do jogador Daniel foi encontrado em mata próxima a uma estrada de São José dos Pinhais (Reprodução/ RPC) - Reprodução

Para a Promotoria de Justiça, o trabalho da Polícia Judiciária foi bastante eficiente e eficaz, bem como o da Perícia Técnica, que trouxe laudos conclusivos e detalhados, o que possibilitou a apresentação da denúncia 30 dias após o crime.

As perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística e pelo Instituto Médico Legal (IML) apontaram que o jogador Daniel Corrêa de Freitas, de 24 anos, morreu por causa de um profundo corte em seu pescoço e que foi arrastado por pelo menos 20 metros do porta-malas do carro onde foi jogado até a plantação de pinus, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Os laudos foram anexados ao inquérito, entregue ao Ministério Público na quarta-feira.

Segundo o diretor do IML, Paulino Pastre, há evidência de que os cortes foram feitos com instrumentos bem afiados. "Mostra que foi utilizado instrumento cortante altamente afiado e que impregnou lesões bem severas e profundas cortando a musculatura cervical profundamente e na região genital também fazendo um corte de bordas lisas e perfeitas de forma tal que foi um instrumento afiado", disse à Rádio BandNews.

Já o delegado Amadeu Trevisan, responsável pelas investigações, afirmou que a perícia também mostrou que o corpo de Daniel foi arrastado por mais de uma pessoa. "Ele foi agredido violentamente e no local (onde encontraram o corpo) mostraram que foi levado por pelo menos duas pessoas por 20 metros. Os outros que estavam no carro podem ter ajudado. Quando Daniel foi tirado ele teve ajuda, possivelmente dos três que estavam juntos, ao menos um dos três", avaliou.

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