A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momento
A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momentoMichel Jesus/Câmara dos Deputados
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Em um gesto de aproximação com o PSOL e PSB visando a eleição presidencial de 2022, o PT abriu mão dos principais cargos da oposição na Câmara dos Deputados e apoiou a escolha de nomes das duas legendas. A liderança da minoria será ocupada por Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e a da oposição por Alessandro Molon (PSB-RJ).
Com 56 deputados, o PT tem a maior bancada da Casa e, por isso, teria a prerrogativa de escolher nomes do partido para ocupar as duas lideranças. "A ideia é unificar toda a oposição na ação política. Foi um gesto de aproximação em nome da unidade da esquerda", disse ao Estadão o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que participou das conversas e é um dos interlocutores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara.
Publicidade
A articulação recebeu aval de Lula, que teve os direitos políticos restabelecidos e planeja disputar a Presidência da República em 2022. A estratégia petista é buscar primeiro alianças no campo da esquerda e, em um segundo momento, abrir pontes com partidos do Centrão.
Na eleição presidencial de 2018, o PSB não apoiou formalmente nenhum candidato no primeiro turno, mas fechou com Fernando Haddad (PT) no segundo. A ideia inicial do partido para 2022 é buscar um nome "outsider", de fora da política, que tenha força para aglutinar as forças de centro. A entrada de Lula no cenário eleitoral, porém, deu força à tese da sigla entrar em uma coligação liderada pelo petista.
Publicidade
Em outra frente, os partidos se reaproximam em Pernambuco, principal base do PSB. Petistas admitem abrir mão de disputar o governo do estado ano que vem para apoiar o ex-prefeito Geraldo Julio (PSB).
No caso do PSOL, o partido, que nasceu de uma dissidência petista, discute internamente pela primeira vez a possibilidade de não lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto para apoiar Lula.
Publicidade
Com o apoio ao nome de Freixo para líder da minoria na Câmara, a ala que prega apoio ao petista em 2022 ganhou musculatura no debate interno. O arranjo na Câmara também abre caminho para uma aliança da esquerda na disputa pelo governo fluminense.
Depois de disputar a prefeitura do Rio de Janeiro duas vezes, Freixo é visto como um nome natural. Molon, por sua vez, poderia concorrer a uma vaga no Senado ou ser candidato a vice. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) será o líder da oposição no Congresso.