Ernesto Araújo
Ernesto Araújo Reprodução Youtube
Por O Dia*
Brasília - Pressionado para deixar o cargo no governo, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, cancelou os compromissos de sua agenda oficial nesta segunda-feira (29). O chanceler convocou os secretários de sua equipe para uma reunião no fim desta manhã. Foram convidados para o encontro os sete secretários do Itamaraty, que têm status de vice-ministros, e o secretário-geral da pasta, embaixador Otávio Brandelli. As informações foram apuradas pela TV Globo.
Há uma avaliação generalizada e vocalizada de que Ernesto é responsável pelo fracasso das negociações internacionais para a compra de vacinas contra a covid-19 e isso é o que tem motivado a pressão recente pela sua saída do cargo. A gestão dele à frente da política externa brasileira está sendo contestada e reprovada não só pela cúpula do Congresso, mas também por economistas, empresários, militares, governadores, prefeitos e até por diplomatas.
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Conflito com Kátia Abreu
O ministro protagonizou, neste fim de semana, um atrito com a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Em suas redes sociais, Araújo divulgou o conteúdo de uma conversa com Kátia Abreu e tentou associar a pressão para que deixe o ministério a um lobby em relação ao 5G.
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Ao rebater Araújo, Katia Abreu afirmou que o chanceler "insiste em viver à margem da boa diplomacia" e "à margem da verdade dos fatos" e cobrou a demissão do ministro. "O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal", disse a senadora.
Nesta segunda-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão avaliou como uma "briga política" a possibilidade de senadores pedirem o impeachment do chanceler no Supremo Tribunal Federal (STF). Mourão disse que a situação do ministro no governo é analisada desde a semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro e que é preciso aguardar a decisão do chefe do Executivo.
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"Os ministros são escolhidos pelo presidente. O presidente toma decisão de acordo com a visão que os assessores dele lhe passam. Não sei o que vai acontecer", comentou em conversa com jornalistas nesta manhã ao chegar à vice-presidência. Questionado, Mourão minimizou a intenção dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de apresentarem ao STF um pedido de impeachment contra Araújo. "Nunca vi impeachment de ministro. Isso aí tudo é briga política", disse.
*Com informações do Estadão Conteúdo