Gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, presta depoimento nesta quinta-feira na CPI da Covid
Gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, presta depoimento nesta quinta-feira na CPI da CovidJefferson Rudy/Agência Senado
Por ESTADÃO CONTEÚDO
O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado não saber se o governo brasileiro apresentou alternativas ao contrato proposto pela farmacêutica para compra de vacinas. Entre os pontos levantados pelo Planalto como problemáticos estão: o foro para resolução de conflitos em Nova York, os dispositivos de responsabilidade e a conta para depósito dos valores contratados.
As cláusulas do contrato Pfizer, contestadas por apoiadores do governo, teriam sido o principal impeditivo para que fosse celebrado um acordo entre a empresa e o governo brasileiro para compra de imunizantes. O senador Jean Paul Prates (PT-RN), que perguntou sobre as ações do governo diante do impasse, criticou o Executivo por ter, segundo ele, não ter feito uma contraproposta à empresa e ter ido à imprensa reclamar das cláusulas propostas pela farmacêutica.
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"O governo não apresentou nenhuma alternativa. Não negociou as cláusulas. Ele foi pro jornal falar que as cláusulas eram 'leoninas' depois que foi pego sem comprar e sem conversar com a empresa. Que fique claro isso, porque isso é indício, no mínimo, de negligência se não for de má fé, que é onde eu quero chegar", declarou o senador.
Segundo Murillo, nenhum dos outros 110 países que contrataram vacinas das empresas contestaram as cláusulas apresentadas. O gerente também reforçou que quando os imunizantes da empresa foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a farmacêutica já teria condições de fornecer a vacina ao Brasil.