Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em coletiva nesta sexta-feira, 9, sobre reação aos militares, Bolsonaro e garantia das eleições de 2022Pedro Gontijo/Senado Federal

Brasília - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou, durante coletiva no Congresso Nacional na tarde desta sexta-feira, 9, que quem pretender algum retrocesso ao Estado Democrático de Direito será apontado como inimigo da nação. Pacheco afirmou que não há espaço para retrocesso e nem para pessoas frustradas com o resultado das eleições. A declaração acontece após uma série de ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema eleitoral brasileiro e de afirmações sobre possíveis fraudes nas eleições de 2014 e 2018. 
O presidente do Senado afirmou que o Congresso Nacional repudia qualquer tipo de ataque ao modelo de voto implementado no país. "Tudo quanto houver de especulações em relação a algum retrocesso à democracia, como a frustração das eleições próximas do ano de 2022, é algo que o Congresso Nacional, além de não concordar, repudia, evidentemente. Nós não admitiremos qualquer tipo de retrocesso nesse sentido". 
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Pacheco ressaltou que a democracia está consolidada, assimilada pela sociedade e que as eleições são "inegociáveis", além de destacar que a Constituição deve ser preservada "a qualquer custo". “Nós temos alguns compromissos que são inegociáveis. O compromisso com os fundamentos da República brasileira e com o pluralismo político, que é algo fundamental para a democracia. Gostaria de reafirmar o nosso compromisso com valores democráticos, com a Constituição, concebida a duras penas e que é nosso dever preservar a qualquer custo", afirmou o presidente. 
O presidente do Senado lembrou ainda que a decisão quanto ao formato das eleições de 2022 cabe ao Congresso Nacional. Além disso, o presidente destacou que o Parlamento tem compromisso com a manutenção da democracia e com o pluralismo de ideias. 
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“O formato, que é algo que se discute hoje,  essa é uma discussão que haverá de se ter com todos os personagens da República. A decisão que for tomada será respeitada por todos os poderes e todas as instituições do Brasil. Portanto, eu gostaria de afirmar que a democracia está consolidada no nosso país e assimilada pela nossa sociedade. Todo aquele que pretender algum retrocesso ao estado democrático de direito será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação e como alguém privado do patriotismo”, disse.
Pacheco destacou ainda que a separação entre os poderes é de extrema importância para a continuidade de uma boa gestão do país, e que o parlamento é independente e suas decisões devem ser respeitadas.
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“É importante a separação entre os poderes. Uma separação que não signifique desunião, mas que signifique o respeito de cada poder em relação ao outro naquilo que toque a atribuição do outro. Quero aqui afirmar a independência do parlamento brasileiro, que não admitirá qualquer atentado a sua independência, e acima de tudo sobre as prerrogativas dos parlamentares, de palavras, opiniões e votos que devem ser resguardados em uma democracia", disse ele. 
Ao ser questionado sobre o processo eleitoral de 2022, o presidente do Senado se posicionou contra os ataques que o presidente Bolsonaro fez ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e questão de reafirmar sua confiança na Justiça Eleitoral brasileira.
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"Eu confio na Justiça Eleitoral brasileira. Não acredito que tenha acontecido fraudes e nem acredito que o sistema esteja suscetível à fraudes. Definitivamente não concordo com os ataques (feitos por Bolsonaro), concordo que a divergência deve acontecer somente nas ideias e não às pessoas. Discordo dos ataques sofridos pelo presidente do TSE", disse ele. 
Durante seu discurso, Pacheco lembrou ainda das vítimas da Covid-19 e reafirmou que os deputados e senadores estão compromissados em implementar medidas para vencer a pandemia. “Primeiramente eu gostaria de reafirmar que o nosso compromisso maior é no combate ao coronavírus. Não podemos no esquecer que morrem muitos brasileiros por conta dessa doença e, por isso, devemos implantar métodos de combate, como isolamento social e a vacinação", afirmou. 
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Na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro atacou Barroso e o chamou de "imbecil". "Lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Um cara desse tinha que estar em casa", disparou em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. 
Bolsonaro afirmou novamente, sem provas, que houve fraude na disputa à Presidência da República de 2014, apesar de o candidato derrotado no segundo turno daquela eleição, Aécio Neves (PSDB-MG), já ter descartado a hipótese. "Nós vamos ter eleições limpas, pode ter certeza. E eu não participar de fraude não quer dizer que eu vou ficar em casa".
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Posicionamento do MDB
Em nota, a sigla afirmou que o maior compromisso do estado é a proteção e garantia da democracia, além destacar que entende que qualquer tentativa de retrocesso quanto a democracia é inaceitável. 
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*Estagiário sob supervisão de Marina Cardoso