Representante brasileiro da empresa Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho, na CPI da Covid, 15Pedro França/Agência Senado

Brasília - Em depoimento à CPI da Covid nesta quinta-feira, 15, o representante comercial da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, admitiu que recebeu R$ 4,2 mil de auxílio emergencial entre abril e dezembro do ano passado. Inicialmente, o empresário, que negociou 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca com o Ministério da Saúde, alegou que passou por dificuldades financeiras e uma amiga o cadastrou no programa, mas que ele não utilizou o recurso. 
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"Nos últimos anos, em especial no ano da pandemia, a gente teve bastante queda de rendimentos. Aí, uma colega minha de dia a dia entrou no site e me inscreveu no programa de rendimento, porque ela viu que eu estava passando dificuldade para pagar as contas naquele momento", afirmou Carvalho. 
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) perguntou ao representante quem pediu o benefício em nome dele. Carvalho respondeu: "Excelência, eu gostaria de resguardar o direito de não expor mais uma pessoa". Depois que Rogério questionou o suposto nome da pessoa que deu entrada no auxílio, o depoente argumentou que se resguardaria do direito de ficar em silêncio. 
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Após ser pressionado pelo senador, o representante da Davati pediu ao presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), para ir ao banheiro com o advogado. Quando voltou, ele retificou a declaração e confessou que ele mesmo solicitou o benefício concedido pelo governo federal aos trabalhadores informais e à população de baixa renda.
Carvalho disse ainda que já entrou em contato com o governo para devolver o valor recebido.