Deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) Claudio Andrade/Câmara dos Deputados
Aécio Neves diz que não tem nenhum indício de fraude sobre as eleições de 2014
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro declarou ter provas de que a eleição na qual a ex-presidente Dilma Rousseff venceu foi fraudada; deputado negou a afirmação
Brasília - Nesta quinta-feira (15), em entrevista à CNN Brasil, o deputado federal Aécio Neves (PSDB) disse que não há indícios de fraude nas eleições de 2014, que disputou contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi dada após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegar ter provas de que a disputa presidencial na qual Dilma venceu por uma pequena margem de votos foi fraudada.
"Não tenho nenhum indício que aponte para fraudes naquela eleição", disse ele. "Na verdade, os crimes ali cometidos foram de outra ordem. Em razão deles, nós entramos na justiça no TSE. A utilização sem limites da máquina pública, as fake news que tomaram conta do Brasil, o disparo de ilegal de 'zaps', dando conta de que eu eleito terminaria com outros programas sociais do governo, utilização da Caixa Econômica, do Correio, do Banco do Brasil, inclusive temas que foram objetos da discussão contra do afastamento da presidente Dilma, que acabou levando ao seu impeachment".
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O deputado disse lamentar que o debate em relação ao aprimoramento do processo eleitoral esteja "circunscrito a quem é a favor ou contra Bolsonaro". "Eu não sou a favor de Bolsonaro, mas eu sou a favor de nós discutirmos com serenidade aprimoramentos no nosso processo de votação eletrônico", continuou.
Terceira via
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Na ocasião, Aécio também afirmou ver espaço para uma "terceira via" nas eleições de 2022 desde que ela una todos os partidos que estão fora da polarização, mesmo que o candidato não seja do PSDB. "Se pudesse ser do PSDB esse candidato, muito bom, eu adoraria, eu sou do PSDB, sou fundador do PSDB, mas se o candidato tem melhores condições e estiver fora do partido, nós temos que ter o desprendimento, a generosidade, o patriotismo de apoiar essa candidatura".
O deputado ainda disse ser contra a tentativa de candidatura do governador de São Paulo João Doria (PSDB) à Presidência, porque poderia "isolar o partido". "Ele certamente deve ter suas virtudes, mas ele nos levaria ao isolamento absoluto. Sequer o DEM que foi o nosso parceiro desde a fundação do PSDB, estaria aliado a ele, e eu não quero que o PSDB se transforme em um partido nanico nas próximas eleições, porque nós podemos até não vencer essas eleições presidenciais, mas eu acredito muito que após a radicalização está aí colocada, o PSDB reaparecerá como partido da reinstitucionalização da política", acrescentou.