Paulo Galo Reprodução/Twitter Jornalistas Livres

O entregador de aplicativo e militante Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo, e sua esposa Gessica Barbosa foram detidos, nesta quarta-feira, 28, ao se apresentarem ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro, em São Paulo, para prestar depoimento sobre o incêndio da estátua de Borba Gato, no último sábado, 24. Ambos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça.
Galo é um dos acusados de provocar um incêndio na estátua do bandeirante. Ocorrido no último dia 24, o ato gerou uma discussão ideológica entre direita e esquerda nas redes sociais. Enquanto nomes da direita chamaram o ato de “criminoso” e “terrorista”, a esquerda afirmou que foi um “ação simbólica” importante pelo personagem representar o passado de escravização de negros e indígenas.
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Em uma entrevista dada em frente a delegacia que se apresentou em SP, Galo declarou que cabe ao povo escolher se querem ou não uma estatua de 13 metros de altura de um "genocida e abusador de mulheres".
"Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres", comentou Paulo.
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A esposa de Galo, Gessica, que segundo a defesa, sequer esteve presente nas manifestações do dia 24 também foi surpreendida com a expedição de mandado de prisão temporária. Além do casal, Danilo Oliveira (Biu), também compareceu de forma espontânea para auxiliar nas investigações e assumir sua participação no ato.
Vale lembrar que um habeas corpus coletivo da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de fevereiro de 2018 determina que mães com filhos de até 12 anos que tenham prisão cautelar decretada cumpram prisão domiciliar. 
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Em nota, divulgada no início da noite desta quarta-feira, 28, a Polícia Civil de São Paulo afirmou que as investigações trouxeram evidencias que levaram a prisão do casal. 
Confira na íntegra:
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"A Polícia Civil prendeu mais dois suspeitos do ato de vandalismo e incêndio da estátua do Borba Gato, ocorrido no último sábado, 24, em Santo Amaro, na zona sul da Capital. As novas detenções ocorreram nesta quarta-feira, 28, em cumprimento a ordens judiciais.

Os trabalhos investigativos que levaram à prisão de um casal foram realizados pelo 11º Distrito Policial. Após prenderem, na madrugada de domingo, 25, o motorista do caminhão que levou parte do grupo e os pneus que foram queimados durante o ato, os agentes prosseguiram com as investigações, cumpriram mandados de busca e apreensão, e conseguiram identificar outros dois envolvidos no delito.

Diante dos fatos, a autoridade policial solicitou à Justiça a prisão temporária dos dois investigados, que foi deferida e cumprida. O casal se apresentou na delegacia e permaneceu detido. As investigações prosseguem para identificar e localizar outros autores."
O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo havia sido expedido para o local errado e Paulo apresentou seu endereço correto, autorizando e possibilitando a entrada em sua residência. O pedido, acatado pela juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), está sendo contestado pela defesa do acusado, que por hora não se manifestou.
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