Reverendo Amilton Gomes presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feiraAgência Senado

Brasília - Em retomada das investigações nesta terça-feira, 3, a CPI da Covid mantém o foco nas negociações do Ministério da Saúde para aquisição de vacinas contra a covid-19. Durante depoimento, o reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), afirmou que o CEO da Davati nos Estados Unidos, Herman Cardenas, lhe garantiu que possuía as 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

Questionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) acerca da suposta cobrança de U$1 de propina por dose da vacina, o depoente afirmou que não tinha conhecimento da proposta, mas que as doses, de fato, foram garantidas pelo dono da Davati. Confira:
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Em resposta, Braga destacou que, em entrevista recente, Cardenas assegurou que tinha prioridade de alocação e não vacinas propriamente.

Amilton também foi questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) acerca de uma doação mencionada pela Davati. Segundo ele, Cristiano Carvalho, representante da Davati, falou em doação à Senah, mas não apresentou o valor. Veja:
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“Daí o interesse do senhor em participar dessa negociação. Se havia uma promessa de que o Senah iria receber uma doação, óbvio que o senhor teve interesse de que fosse concretizada [a venda de vacinas], tanto é que enviou cartas aos governadores”, pontuou Contarato.

Sobre cartas encaminhadas a governadores e prefeitos com ofertas de vacinas, Amilton também disse não se lembrar de qual o preço das vacinas informado pela ONG. “Gente, o senhor não sabe de nada?”, ironizou o senador. No entanto, posteriormente, o reverendo afirmou que o valor cobrado foi de US$ 3,50, mas que os governadores não responderam às ofertas de vacina pela Senah e que ele também não cuidava da demanda de negociação com os gestores estaduais.
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Ainda segundo o reverendo Amilton Gomes de Paula, houve uma reunião no Ministério da Saúde no dia 12 de março, para tratar sobre a proposta da Davati, arranjada pelo coronel Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil. Questionado pelo senador Renan Calheiros, no entanto, o depoente afirmou que não tinha relação com Helcio. "Minha relação com ele [Helcio] é institucional", disse.

Segundo o depoente, cerca de dez pessoas participaram do encontro, entre eles, Luiz Paulo Dominguetti, Cristiano Carvalho, o então secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, e o ex-diretor de Programas do ministério, coronel Marcelo Bento Pires.

Amilton Gomes também afirmou que chegou a discutir, no dia 9 de março, com o presidente do Instituto, sobre outros projetos. Entre eles, a proposta que estava em tramitação no Congresso Nacional e que autorizava a compra de vacinas anticovid empresas para imunização de seus funcionários e doação de 50% ao SUS. O projeto não foi aprovado.