Empresário Otávio Fakhoury, vice-presidente do Instituto Força Brasil, depõe nesta quinta-feira, 30Leopoldo Silva/Agência Senado
Quando questionado pelo relator sobre os conteúdos “negacionistas” publicados no site da entidade, ele disse desconhecer, mas ressaltou que a gestão do portal é feita pela equipe que fica em Brasília. Renan ainda quis saber se ele continuava financiando o IFB. Após Fakhoury afirmar que tinha interrompido, o relator exibiu comprovantes de que foram feitos repasses de R$ 80 mil até julho deste ano.
Fakhoury negou conhecer detalhes da relação da empresa americana Davati — que tentou intermediar a venda de vacina AstraZeneca ao Ministério da Saúde — com o Força Brasil.O empresário também disse desconhecer quem apresentou a empresa americana a Élcio Franco, ex-secretário-executivo do ministério.
"Talvez estimulados pelo presidente Jair Bolsonaro, todos eles acham que vão ficar impunes. Eu queria lembrar que o deputado Daniel Silveira [PSL-RJ], que tinha imunidade parlamentar e usou seu mesmo argumento de liberdade de expressão, está preso e vai ser cassado. O senhor está pensando que o relator [Renan Calheiros] vai aliviar para o senhor? Vai não", afirmou o senador.
O senador deu um “aconselhamento” a Fakhoury. "Faça uma autocritica e negue quando for à Justiça boa parte disso que o senhor aqui confirmou. Porque, senão, o senhor vai ser condenado. E talvez, apesar de rico e poderoso, termine acontecendo com o senhor o que aconteceu com o deputado Daniel Silveira: cadeia", disse Humberto.
Senador Ranfolfe questiona relação de Otávio Fakhour com o Instituto Força Brasil, onde o depoente é vice-presidente, que propagada fake news sobre a pandemia.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 30, 2021
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No depoimento, Fakhoury voltou a defender a tese da imunidade de rebanho (sem vacinação), segundo a qual a população desenvolveria anticorpos por meio de exposição em larga escala ao coronavírus. Para Randolfe, essas declarações podem ser caracterizadas como crime.
Marcos Tolentino
O depoente admitiu, no entanto, que transferiu R$ 40 mil ao apresentador Fabrizio Fasano Jr. em novembro do ano passado. Fasano Jr. comanda o programa “Coliseum”, veiculado pela Rede Brasil. Fakhoury não detalhou a natureza do repasse, mas informou que vai enviar cópia do contrato para a comissão de inquérito.
"Foi uma ajuda direta para uma pessoa. Um contrato que eu tinha com ele, de uma pessoa privada para outra", disse o empresário.
*Com informações da Agência Senado
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