Senador foi alvo de comentário homofóbico no TwitterReprodução / Instagram

Após expor comentário homofóbico na CPI da Covid nesta quinta-feira, 30, e fazer discurso impactante em defesa da comunidade LGBTQIA+, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) recebeu uma série de homenagens nas redes sociais. Ontem a noite, o parlamentar agradeceu pelas mensagens de carinho.
 
“Muito emocionado, agradeço imensamente por todas as mensagens e todos os gestos de carinho, apoio e solidariedade após meu desabafo contra a homofobia que sofri. Orientação sexual não define caráter. Todos somos iguais perante a lei”, disse o senador em publicação no Twitter.
"A personalidade da semana", diz um usuário em referência ao senador.
"Fabiano Contarato me representa! Homofóbicos não passarão", diz outra publicação no Twitter.
Casado desde 2017 com o fisioterapeuta Rodrigo Groberio, Contarato é pai de dois filhos: Gabriel e Mariana. Em diversas publicações nas redes sociais, ele relata o amor e admiração pela família.
“Dia dos pais! Um domingo especial, que faz o coração transbordar emoção, alegria e amor. Ser pai é um dos maiores desafios, mas também é a maior felicidade da minha vida. Gabriel e Mariana são nossas riquezas e fazem nossos dias melhores. Eles são a razão de tudo! E como canta o Padre Zezinho, o pedido de hoje é: abençoa, Senhor, as famílias, amém. Abençoa, Senhor, a minha também”, publicou o senador em seu Instagram no Dia dos Pais.
 
 
 
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Em outra postagem feita no Dia dos Namorados, o parlamentar relata o carinho e cumplicidade do marido em seus dez anos juntos.
“Este dia dos namorados não poderia ser mais especial. São 10 anos de história juntos! Nos inspiramos na 1ª carta aos Coríntios que diz que o amor é paciente, bondoso, não maltrata, não guarda rancor e tudo suporta. Nosso desejo é de que todos também possam encontrar esse amor puro e verdadeiro! Hoje é dia de celebrar o amor. Vamos amar”
 
 
 
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O parlamentar também falou sobre o discurso emocionante no plenário.
“Expus minha família e minha vida para que outras famílias LGBT não sofram o que sofremos. Fiz esse desabafo na CPI hoje diante do depoente que me agrediu. Homofobia é crime! Aprendi com meus pais a respeitar as pessoas. Orientação sexual não define caráter”, publicou no Twitter na noite desta quinta-feira.
Na CPI

Durante o depoimento do empresário Otávio Fakhoury na CPI nesta quinta-feira, 30, Contarato se dirigiu à tribuna para relatar o ataque que havia sofrido no Twitter. Na postagem, exibida na comissão, o empresário responde a uma publicação do senador, na qual há um deslize ortográfico, e aproveita para ironizar o erro com um comentário homofóbico.
“Fabio Wajngarten tem que sair preso da CPI. Há estado fragrancial configurado! Cúmplice de Bolsonaro, ele mentiu e omitiu a verdade sobre a criminosa gestão que tem no Planalto o principal aliado do coronavírus”, diz a publicação inicial de Contarato. No texto, ele troca o “l” pelo “r” na palavra “flagrancial''.
Otávio se aproveita do erro e, em resposta, publica um comentário homofóbico. “O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário… “Quem seria o perfumado que lhe cativou?”, diz a postagem.
Em discurso com a voz embargada, Contarato defendeu os direitos da população LGTQIA+ e apontou a contradição no discurso inicial do depoente, em que o mesmo havia declarado defender os princípios da moralidade e da legalidade.

“Assim como Martin Luther King teve um sonho, eu também tenho um sonho. Eu sonho com o dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual. Eu sonho com o dia em que meus filhos não serão julgados por serem negros. Eu sonho com o dia em que minha irmã não será julgada por ser mulher e que meu pai não será julgado por ser idoso”, declarou.

“O senhor é o tipo de pessoa que retrata muito bem esse presidente da República. Fala na família tradicional, mas a minha família não é pior do que a sua. A mesma certidão de casamento que o senhor tem, eu também tenho”, completou o senador.
O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu para que o depoimento de Contarato fosse registrado e encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) para investigação de eventual crime de homofobia.

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