Governador da Bahia, Rui CostaReprodução/Facebook
Ontem, em suas redes, o governador já tinha celebrado a ajuda oferecida pela Argentina, que se comprometeu a enviar dez profissionais especializados nas áreas de água e saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas do desastre no Estado. "Agradeço aos argentinos e peço ao Governo Federal celeridade na autorização para a missão estrangeira", escreveu, antes de saber da negativa do governo federal ao apoio.
Hoje, o governador, que tem mostrado insatisfação com a forma que o Executivo federal tem lidado com a questão, reforçou a necessidade de ajuda para a Bahia. "Os baianos e brasileiros que moram aqui no Estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento", afirmou.
O governo da Bahia informou na tarde da quarta-feira, 29, que o número total de vítimas devido às fortes chuvas no Estado chegou a 24. A quantidade de feridos, por sua vez, saltou de 358 para 434. Conforme a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), este é o dezembro mais chuvoso do Estado desde 1989, o que tem causado riscos à população. Cerca de 91 mil moradores do Estado já tiveram de deixar suas casas. Ao mesmo tempo, o total de atingidos já chega a 629,4 mil pessoas.
Justificativa
Nesta manhã, Bolsonaro foi às redes sociais para justificar a recusa à oferta de ajuda da Argentina. Segundo o presidente, apesar do "fraterno oferecimento" da Argentina, as Forças Armadas e a Defesa Civil já estavam realizando o trabalho oferecido pelo país vizinho, afirmando que esse apoio seria "muito caro para o Brasil". "A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento", disse, ressaltando que o país estava aberto a doações internacionais, e não descartando a possibilidade de pedir ajuda aos argentinos em caso de "agravamento das condições".
Em entrevista ao Estadão, contudo, o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, afirmou que a Argentina arcaria com os custos da ajuda oferecida. O embaixador também negou conflitos políticos entre os países.
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