Sergio Moro criticou a fala de Kataguiri sobre nazismo, mas considerou que ela não reflete com o pensamento do parlamentar Isaac Amorim / Ministério da Justiça e Segurança Pública

Teresina - Pré-candidato à presidência da República, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), classificou "gafe verbal" e "erro brutal" a controversa declaração do deputado federal Kim Kataguiri (Podemos) durante a edição de segunda-feira do 'Flow Podcast'. Na ocasião, o parlamentar disse "considerar que a Alemanha errou ao criminalizar o Partido Nazista".
"Ele já pediu desculpas. Eu acho que ele se equivocou profundamente em relação a essa fala e ele já pediu as escusas, pediu as desculpas a todas as pessoas, como tem que ser. Agora, ele tem um histórico como parlamentar. Não vamos apagar esse histórico porque ele cometeu esse erro brutal... Mas não reflete o que ele pensa, foi uma gafe verbal", disse Sergio Moro.
Em ritmo de campanha pelo Nordeste, Moro expôs a sua opinião sobre o caso apurado pela Procuradoria Geral da República e Conselho de Ética da Câmara, na entrevista concedida à 'TV Meio Norte', na quinta-feira.
No centro da polêmica, Kim Kataguiri pediu desculpas, em especial à comunidade judaica, durante uma live com o deputado estadual Heni Ozi Cukier (Novo). No entanto, desviou o foco e criticou o procurador-geral da República, Augusto Aras, pela omissão nos casos que envolvem o presidente Jair Bolsonaro.

"É aterrador que o PGR, que sempre faz vista grossa para crimes que realmente aconteceram tenha agido tão rápido. Quando há claros indícios de crime cometido pelo presidente da República, Augusto Aras nada faz. Porém, diante de uma conduta claramente de mero debate em um podcast, Aras age rapidamente - e com inquestionável cunho político para perseguir minha conduta de oposição ao Governo Bolsonaro. É um contrassenso", declarou em trecho da nota, reiterando que vai colaborar com as investigações.
"Meu discurso foi absolutamente anti-nazista. Não há nada de criminoso em defender que o nazismo seja repudiado com veemência no campo ideológico para que as atrocidades que conhecemos nunca sejam cometidas novamente. Ao contrário das pessoas privilegiadas pela inércia de Aras, nada tenho a esconder."