Vereadora Erika Hilton (Psol)Divulgação
No e-mail, de teor transfóbico e racista, a investigada disparou: "eu garanto que você vai morrer". Registrado no dia 23 de fevereiro, no boletim de ocorrência a que este jornal teve acesso, Erika afirmou estar se "sentindo extremamente agredida, ofendida, ameaçada e com medo. Gostaria que o autor(a) do email seja responsabilizado".
"Você nunca deveria nem ter sido parido de sua mãe", escreveu a suspeita. Pioneira na Câmara Municipal de São Paulo, sendo a primeira mulher transgênero a ocupar uma cadeira na casa, a vereadora já foi alvo de transfobia em outras situações.
No Instagram, a parlamentar lamentou que desde o início do mandato é alvo de ameaças. "Não posso receber amigos em casa, não posso ir ao supermercado sozinha, estou sempre acompanhada por seguranças e carro oficial", desabafou.
Mesmo com a sequência de ataques virtuais, Hilton afirmou não temer. "Meus agressores acham que vão me parar, eles estão enganados. Seguirei firme", escreveu na publicação. Outras autoridades políticas se manifestaram em apoio à parlamentar. Manuela D'ávila, ex-deputada estadual do Rio Grande do Sul, disse em sua conta oficial do Twitter que é "preciso proteger nossas mulheres eleitas".
Na tarde desta quinta-feira, 10, durante a CPI da Violência contra Pessoas Trans e Travestis, Erika fez um pronunciamento sobre as ameaças que sofreu.
O autor das mensagens ameaçadoras não está identificado. A primeira suspeita é que seria uma mulher, mas a verdadeira identidade do agressor só poderá ser descoberta quando a Polícia fizer rastreamento pericial nas correspondências.
Ao Estadão, a assessoria jurídica da vereadora comunicou que a Câmara Municipal disponibiliza um carro oficial e designou dois Guardas Municipais para a segurança de Erika desde quando uma pessoa tentou invadir o gabinete dela no início de 2021. O caso foi registrado junto ao 1º Distrito Policial da Polícia Civil de São Paulo.
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