Lula cobra que governo Bolsonaro investigue 'quadrilha na educação'DivulgaÇÃo
Como mostrou o Estadão, um grupo de pastores, capitaneado por Gilson Santos e Arilton Moura passou a interferir na gestão do Ministério da Educação (MEC), agilizando a liberação de recursos e influenciando a agenda de Milton Ribeiro, abrindo as portas do ministério para prefeitos atendidos por eles. Há relatos de diversos mandatários que foram assediados com pedidos de propina, incluindo o pedido para a entrega de 1Kg em ouro como parte do pagamento; os valores mais baixos cobrados ficaram em R$ 15 mil.
Além do gabinete paralelo do MEC e das denúncias na compra de vacinas, Lula fez questão de destacar o orçamento secreto; esquema de compra de apoio no Congresso por meio do repasse de emendas parlamentares também denunciado pelo Estadão.
As gestões de Lula e Dilma também foram alvo de escândalos. O primeiro mandato do petista na Presidência foi marcado por uma relação com o Congresso Nacional que resultou no caso do mensalão. Em 2005, o então deputado Roberto Jefferson (PTB) admitiu que deputados recebiam uma espécie de mesada para votarem a favor dos projetos do governo. A denúncia virou ação penal, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012, e resultou na condenação de 25 réus.
Já no governo Dilma, a Petrobras esteve no centro da Operação Lava Jato, que levou o ex-presidente Lula à prisão em 2018. O esquema bilionário de corrupção na estatal, chamado de Petrolão, envolvia, segundo as investigações, cobrança de propina de grandes empreiteiras do país, lavagem de dinheiro e superfaturamento de obras, com o objetivo de abastecer políticos, partidos, além de servidores da estatal, durante os governos petistas.
No ano passado, Lula teve todos os seus processos da Lava Jato anulados após o STF decidir que o ex-juiz Sérgio Moro, atual pré-candidato à Presidência pelo Podemos, foi parcial na condução das ações.
Nesta terça-feira, 22, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou, por quatro votos a um, o ex-procurador da República e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, a pagar indenização de R$ 75 mil a Lula pelo PowerPoint em que acusou o petista de liderar uma organização criminosa. A conclusão dos ministros é que houve 'excesso' na divulgação da denúncia contra o petista e que Dallagnol ofendeu a honra e a reputação do ex-presidente.
Eleições estaduais
Lula admitiu que tem realizado conversas com o PSD e com o presidente da sigla, Gilberto Kassab, para analisar a corrida eleitoral em Minas Gerais, onde o PT deve se aliar ao prefeito de Belo Horizente, Alexandre Kalil, para a disputa ao governo. "A única coisa que tenho certeza é que o Kalil precisa de mim e que eu preciso do Kalil. A única coisa que tenho certeza é que se nos unirmos, faremos uma chapa muito forte em Minas Gerais", disse. Mesmo sem dar certeza sobre a união, o petista afirmou que ela é "muito grande": "Falta pouca coisa para que a gente possa acertar isso".
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