Justiça de São Paulo autoriza 'Gatinha da Cracolândia' a seguir para prisão domiciliar
Nesta segunda-feira, 11, a 14ª Vara Criminal Central da Capital de São Paulo anunciou a nova sentença da acusada, que foi condenada a cinco anos de reclusão
Somando mais de 36 mil seguidores e fazendo sucesso em rede social, Lorraine ostentava vida de luxo com viagens para Angra dos Reis, carros, motos e lanchas - Reprodução
Somando mais de 36 mil seguidores e fazendo sucesso em rede social, Lorraine ostentava vida de luxo com viagens para Angra dos Reis, carros, motos e lanchasReprodução
São Paulo - A jovem Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, conhecida como 'Gatinha da Cracolândia', foi autorizada a seguir para prisão domiciliar até o final do processo. Nesta segunda-feira, 11, a 14ª Vara Criminal Central da Capital de São Paulo anunciou a nova sentença da acusada, que foi condenada a cinco anos de reclusão em regime fechado.
A decisão foi concedida pelo juiz Fernando Augusto Andrade Conceição, que manteve a prisão domiciliar da acusada até o trânsito em julgado da sentença. A decisão cabe recurso.
De acordo com os autos, Lorraine foi detida em uma área da capital conhecida pelo comércio de entorpecentes (a “Cracolândia”) portando dez embalagens unitárias de cocaína, seis de maconha e dez pedras de crack, prontas para entrega a usuários. Policiais militares perceberam a acusada se esquivando do bloqueio formado pela Guarda Civil no local e a abordaram. Em revista íntima realizada por policial feminina, encontraram as drogas e a prenderam em flagrante.
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O magistrado destacou que o local e as circunstâncias em que a ré foi flagrada, aliadas à quantidade de substâncias com ela apreendidas, tornam impossível a desclassificação para o delito de porte de drogas para consumo pessoal. “A ré foi flagrada trazendo com ela cocaína e maconha, na Cracolândia, ‘mercado’ de entorpecentes muito conhecido na cidade de São Paulo”, disse.
O magistrado ressaltou que a denunciada não apresentou qualquer testemunha que pudesse confirmar sua versão dos fatos, nem mesmo o ex-namorado que afirma ter acompanhado ao local. “Seu relato encontra-se isolado no contexto probatório com o qual, aliás, colide frontalmente", afirmou.
A Polícia Civil apontou Lorraine como administradora de uma das tendas da maior feira livre de venda de drogas na capital paulista, que tinha rendia lucros de até R$ 6 mil por dia. Em pedido sigiloso à Justiça, a defesa dela cita ainda a luta contra a depressão e o afastamento da família com uma herança de R$ 50 mil deixada pelo pai, um empresário da construção civil assassinado há sete anos.
Ela ainda confirmou sua participação da contabilidade do dinheiro obtido com o tráfico na tenda, supostamente administrada por André Luiz Santos de Almeida, ex-namorado dela, que também e também preso sob suspeita de fazer parte do tráfico.
"Quando chegava lá [na Cracolândia], já estava tudo pronto. A barraca dele, com as coisas dele. Mas nunca fui por dentro dessas coisas [das informações sobre chegada de drogas ao local] (...). Nas vezes que ajudei ele, ajudei a contar dinheiro. E, às vezes, eu só entregava a pedra nas mãos dos usuários" , disse Lorraine
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