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sultar em perder a aposta do outro lado (no Legislativo) que tem um impacto muito maior", disse.
Cientista político e professor da Universidade Federal do ABC, Vitor Marchetti observa que as polêmicas ligadas aos padrinhos políticos tendem a ser utilizadas nas disputas regionais como forma de se promover ou minar o nome do adversário.
"A ligação entre o nome estadual e o federal passa pelas agendas e por identidades maiores", explica. "Então, um candidato que colar no Lula certamente vai querer falar sobre temas que o ex-presidente vai estar trabalhando, como a economia do período do governo PT, crescimento da classe D, dentre outros. O candidato apoiado por Bolsonaro vai lidar com críticas em relação à questão da pandemia, das vacinas e das denúncias de corrupção no MEC. Não são temas de responsabilidade do governador, mas são assuntos ligados aos padrinhos."
Neutro
Na semana passada, em entrevista a um canal de TV na Bahia, Bolsonaro disse que nos Estados com mais de um aliado seu na disputa, será "neutro" e vai focar em sua reeleição. Ele cita, como exemplo, o Rio Grande do Sul, onde Luiz Carlos Heinze (PP) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) são pré-candidatos; e Santa Catarina, onde o atual governador, Carlos Moisés (Republicanos) deve enfrentar o senador Jorginho Mello (PL).
Em São Paulo, há a possibilidade de palanque duplo para a chapa liderada por Lula e uma apoiada por Bolsonaro. O ex-ministro Fernando Haddad, do PT, deve disputar com o ex-governador Marcio França, do PSB de Geraldo Alckmin, que deve sair como vice de Lula. Já Bolsonaro deve ter o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) como representante.
Um quarto nome tenta despontar nas pesquisas paulistas: o atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), que assumiu após renúncia de João Doria (PSDB) para se cacifar como candidato ao Planalto. São Paulo é o maior colégio eleitoral do País, com mais de 32 milhões de eleitores, e é visto como peça-chave para os presidenciáveis.
Para Marchetti, a situação paulista se assemelha ao cenário federal. "Não só a polarização, mas também mostra a dificuldade de construir a centro-esquerda como uma frente ampla de resistência ao Bolsonaro, de ter uma candidatura pró-Bolsonaro com força e de ter uma candidatura de centro que está tentando decolar e que ainda pode ser que consiga crescer nos próximos meses", disse.
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