Qual motivo? Até o momento, ainda não se sabe o que levou Instagram, Facebook e WhatsApp a ficarem fora do ar.Reprodução

Brasília - Os representantes do WhatsApp afirmaram novamente durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL), no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira, 27, que o lançamento do novo recurso do aplicativo no Brasil, chamado de Comunidades, só ocorrerá após as eleições deste ano. No entanto, a empresa afirmou que a definição dessa data não faz parte do acordo firmado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A empresa afirmou que, como parte do diálogo constante com as autoridades dos países em que atua, o WhatsApp participou da reunião na manhã desta quarta-feira para fornecer mais informações sobre o recurso Comunidades e os planos da empresa para sua implementação no país. "De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral", disse a empresa.
Em seguida, a empresa afirmou que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. "Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o TSE", argumentou.
A empresa explicou que, como já informado previamente, o WhatsApp assinou um memorando de entendimento com o TSE no início deste ano que inclui, por exemplo, um chatbot, um canal de denúncias para contas suspeitas de disparos massivos e treinamentos para a equipe da Justiça Eleitoral. Entre outras plataformas digitais, a empresa também é signatária do Programa de Enfrentamento à Desinformação desde 2019. No entanto, nenhum desses acordos com o WhatsApp faz referência à funcionalidade Comunidades ou ao seu momento de lançamento, pois esse tipo de decisão cabe à empresa.
"Por outro lado, nos últimos anos, o WhatsApp fez uma série de parcerias estratégicas com o governo brasileiro que, de acordo com os próprios ministérios e órgãos vinculados, trouxeram eficiência na comunicação do governo e impactaram positivamente milhões de brasileiros, como o chatbot com o Ministério da Saúde no início da pandemia e a conta oficial da Caixa Econômica no WhatsApp para a comunicação com os beneficiários do Auxílio Emergencial", pontuou a empresa.
Os representantes explicaram que estão no início do desenvolvimento de Comunidades para o aprimoramento do recurso antes de passar à etapa de lançamento global, o que não acontecerá por vários meses. "Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro”, finalizou a empresa, em nota.
Desde a divulgação do lançamento de megragrupos para após as eleições, Bolsonaro afirmou que o governo iria pedir uma reunião com responsáveis da empresa para discutir o acordo. O presidente da República disse em algumas ocasiões que esse compromisso não deveria ser cumprido e era "inadimissível".
Por isso, ele disse que também poderia fazer acordo com o WhatsApp, já que o TSE também fez com a empresa. "Já conversei com o (ministro das Comunicações) Fábio Faria. (Ele) vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar (o acordo). Se ele (WhatsApp) pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?", disse Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil, durante o feriado de Páscoa no Guarujá.
Comunidades
A empresa anunciou que a adoção de subgrupos dentro de um grupo principal, funcionalidade chamada de Comunidades, que já vale em diferentes países, só passaria a funcionar no Brasil após as eleições deste ano.
Ao entrar em uma comunidade, os usuários poderão ver quais temas serão abordados nesses subgrupos, assim estarão a oportunidade de ingressar. Os administradores dos grupos estarão aptos a aceitar e excluir participantes das diferentes conversas e enviar avisos a todos os usuários.